Pequenas e médias empresas iniciam 3º trimestre com alta de 13% no faturamento

As pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registraram alta de 13% na movimentação financeira média em julho de 2024, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. O crescimento foi distribuído entre os grandes setores da economia, com destaque para os segmentos de Comércio, com elevação de 19,4%, e da Indústria que cresceu 18,5%. No acumulado do ano, o índice apresenta alta de 5,6% frente ao mesmo período de 2023.

Os dados são do Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs). Para o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, a economia está no rumo certo. “Há sinalização de que o Brasil vai crescer 3% em 2024 e estamos com a menor taxa de desemprego dos últimos dez anos. Todos aqueles que empreendem são pessoas que querem buscar o protagonismo socioeconômico das suas vidas para garantir renda e construir sua dignidade. Empreender é uma importante ferramenta de inclusão social. E o papel do Sebrae é de compromisso com essas pessoas na condução dos negócios”, considerou o dirigente.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento com teto de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Mesmo com o destaque sendo os segmentos de Comércio e Indústria, de acordo com o índice, o crescimento foi disseminado entre os grandes setores da economia. O Comércio apresentou faturamento 19,4% maior em julho, enquanto que no mesmo período do ano passado, o setor havia registrado queda de 11,8%. O número do Comércio foi puxado pelo atacado, que subiu 24,2%, mas também há sinais de recuperação das pequenas e médias empresas do varejo nos últimos meses, com elevação de 9,1%.

Por sua vez, as pequenas e médias empresas da Indústria registraram incremento de 18,5% no faturamento, mantendo a tendência positiva que se verifica no setor no ano como um todo. Em julho, o desempenho foi sustentado, especialmente, pelas atividades de ‘Impressão e reprodução de gravações’, ‘Fabricação de móveis’, ‘Fabricação de celulose, papel e produtos de papel’ e ‘Fabricação de máquinas e equipamentos’.

Parte da diferença nos números se deve ao “efeito calendário”, com 23 dias úteis em julho de 2024, contra 21 no mesmo mês de 2023, avaliou o economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi. “Para diversos segmentos do mercado de PMEs, isso resulta em um faturamento mensal mais robusto, tornando a comparação desbalanceada”, observou.

Beraldi explicou que, por isso, foi feita uma análise da movimentação média diária de contas a receber das pequenas e médias empresas, que apontou para expansão de 3,2% frente ao mesmo período do ano anterior, ainda que mais contido do que a comparação entre os meses completos mensurada pelo IODE-PMEs.

“O resultado positivo no faturamento das pequenas e médias empresas no início do terceiro trimestre confirma a visão de manutenção do crescimento do setor no decorrer do segundo semestre de 2024”, apontou ele.

No setor de Serviços, as PMEs voltaram a mostrar boa performance em julho, com crescimento de 6,2% em comparação ao mesmo período de 2023, após queda de 1,7% no mês anterior. O resultado foi condicionado, especialmente, pelo avanço dos segmentos de ‘Atividades de entrega’, ‘Atividades veterinárias’, ‘Publicidade e pesquisa de mercado’ e ‘Alojamento e alimentação’. (Com informações da Agência Sebrae Notícias)