Pequenos negócios estão mais confiantes no Estado, aponta pesquisa do Sebrae

Apesar da crise sanitária e a vacinação lenta no País, os pequenos empresários em Minas Gerais estão otimistas, de acordo com o Sebrae Minas. A pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) apresentou um aumento de 18 pontos em relação a abril, variando de 89 para 107. Este é o segundo melhor resultado do Iscon este ano, atrás apenas de fevereiro, quando o índice alcançou 109 pontos.
Um Iscon maior que 100 indica tendência de expansão da atividade, igual a 100, tendência de estabilidade, e menor que 100, de retração.
A analista da área de inteligência empresarial do Sebrae Minas, Paola La Guardia, avalia que, apesar da crise sanitária, os índices melhoraram em maio devido ao avanço da vacinação no País e à abertura gradual do comércio.
“A questão da vacinação, mesmo lenta, mas progredindo pelo País, melhorando os números da pandemia, o pagamento do auxílio emergencial, a melhora nos benefícios trabalhistas como o adiantamento de férias, antecipação dos feriados. A abertura das grandes economias mundiais, o agronegócio, as commodities. Todos esses setores ajudaram a reerguer a economia e ajudaram os pequenos empresários a ficar mais otimistas”, disse.
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A analista da área de inteligência empresarial do Sebrae Minas aponta que o setor que mais deu bons resultados foi o de material de construção. “O setor continua sendo o mais otimista desde o ano passado, favorecido pela taxa de juros baixos, o setor não sofreu com restrições, porque foi considerado como essencial e permaneceu aberto. Nesse período, muitas pessoas optaram por reformas e construções. O único fator complicador é a falta de insumo e os preços elevados”, salienta.
Outro setor que também está com bons resultados é o do comércio. “Até mais que a indústria, que teve retração devido à matéria-prima em alguns setores. Mesmo com o abre e fecha, o comércio está otimista com a volta dos clientes, o pagamento dos benefícios por parte do governo federal, o que movimenta a economia”, complementa Paola La Guardia.
A pesquisa apontou ainda que programas que facilitam o financiamento para investimento dos empresários também estimulam o otimismo. “É muito cedo para dizer se esses benefícios são suficientes, mas ajudam os empresários a dar um alívio em dívidas, a investir”, opina Guardia.
Materiais de construção
O Sebrae Minas avalia que o pequeno empresário segue otimista e que a expectativa é de que feche o ano com números positivos. Estes são os planos do empresário Artur Rubião, especialista em materiais de construção.
Dono da Vulcano Materiais de Construção, Artur conta que, mesmo na crise, o setor tem feito bons negócios. “Estávamos com uma demanda reprimida desde 2013, com a pandemia vimos uma corrida às lojas para reformas e construções. Um movimento que nos surpreendeu”, conta.
Há 42 anos no mercado, Artur conta que mesmo com a oferta e demanda grandes, os preços subiram e começaram a escassez de matéria-prima. “Os preços subiram demais, o que nos inviabilizou até de negociar com a indústria, e, mesmo assim, as pessoas estão investindo na construção e reformas”, salienta.
Apesar do setor aquecido, Artur Rubião alerta que quem pensa em fazer reforma deve ficar atento. “Como as empresas estão sem matéria-prima, nós estamos aconselhando os clientes a comprarem todo o material de acabamento, pois pode ser que não tenha no próximo mês. A indústria não está dando conta de atender porque também não tem matéria-prima”, disse.
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