Pequenos negócios estão mais otimistas

Em janeiro deste ano, os empresários donos de pequenos negócios em Minas Gerais tiveram uma confiança ligeiramente maior na economia na comparação com dezembro de 2022. Houve uma elevação de dois pontos no Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), divulgado ontem (23). Com essa evolução, o indicador que mede a percepção dos empreendedores acerca do momento econômico e de suas atividades fechou o primeiro mês de 2023 com 110 pontos.
Porém, o levantamento – que ouviu 1.145 empresários entre os dias 2 e 16 de janeiro – também apontou para uma redução de cinco pontos na comparação com o mesmo mês de 2022, quando o Iscon havia alcançado 115 pontos. Já na comparação com janeiro de 2021, a confiança do empresariado de pequenos negócios apresentou um crescimento de cinco pontos no índice.
O Índice de Situação Esperada (ISE), que reflete as expectativas dos empreendedores em relação aos próximos três meses, registrou 120 pontos em janeiro deste ano, dois a mais que o alcançado no mês anterior, quando o índice ficou em 118 pontos.
Assim como o ISE, o Índice de Situação Recente (ISR), que mede a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses, também cresceu dois pontos frente ao obtido em dezembro, alcançando 88,2 pontos em janeiro.
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“Por mais que o indicador esteja em um patamar mais baixo que a média de 2022 em decorrência da desaceleração do ritmo de atividade econômica nacional e global, a percepção dos empresários sobre a economia melhorou em relação ao mês anterior, pois tanto o índice de situação recente quanto o de situação esperada, que compõem o Iscon, tiveram aumento, o que refletiu no índice geral”, explica a assistente da Unidade de Inteligência Empresarial (Uine) do Sebrae Minas, Izabella Diniz Siqueira. Ela ainda destaca que essa é a primeira vez que o Iscon apresenta uma variação positiva nos últimos três meses.
A pesquisa também revelou que 50% dos donos de pequenos negócios entrevistados estão confiantes sobre uma possível melhoria da economia nos próximos três meses, e 49% esperam que o faturamento de suas empresas aumente durante este período.
“Os empresários ainda estão incertos sobre os próximos meses, muitas pessoas estão endividadas e arcando com juros altos, além da inflação pressionando os preços. Temos de continuar acompanhando os indicadores para ver como vai se comportar a confiança dos pequenos negócios, até porque o índice oscilou no ano passado”, frisa a assistente do Sebrae Minas.
Confiança por setor e porte
Três setores registraram leve aumento na confiança no comparativo com dezembro. O comércio foi o que apresentou o maior avanço, passando de 104 para 107 pontos; já Serviços e Indústria apresentaram a mesma variação, de 110 para 111 pontos. Apenas a Construção Civil manteve o mesmo índice registrado no mês anterior, 111 pontos.
Enquanto na divisão por portes, o destaque positivo ficou para os microempreendedores individuais (MEIs), com uma elevação de cinco pontos em relação a dezembro. Por outro lado, as empresas de pequeno porte (EPPs) apresentaram uma redução de mesmo valor durante o período, caindo para 97 pontos em janeiro deste ano. Já as microempresas (MEs) mantiveram o mesmo patamar do mês anterior, 107 pontos.
A assistente da Uine do Sebrae Minas explica que um dos motivos para essa alta confiança entre os MEIs são as vendas de fim de ano e também o período de Carnaval, além do fato desses negócios terem menos acesso a crédito e, consequentemente, menos riscos de se endividarem.
Já no caso das empresas de pequeno porte, Izabella conta que a queda pode estar ligada ao fato de ser um grupo mais integrado ao sistema financeiro, com mais acesso ao crédito, e, portanto, mais sensível às mudanças na economia como o aumento da taxa de juros.
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