Minas Gerais tem saldo positivo de 15.840 vagas de emprego em setembro

Minas Gerais foi o quarto estado com maior geração de empregos no País em setembro, com 15.840 vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com as micro e pequenas empresas (MPEs) sendo responsáveis por um saldo positivo de 7.638 postos de trabalho, o que representou 48,2% do saldo geral mineiro.
Foi a menor participação dos pequenos negócios na criação de vagas em 2024 até o momento, de acordo com a analista da Unidade de Inteligência Estratégia (UINE) do Sebrae Minas, Bárbara Castro. Em julho, por exemplo, os pequenos negócios foram responsáveis por 91,2% das vagas criadas no Estado.
O resultado, segundo a especialista, já era esperado e é fruto da sazonalidade relacionada ao setor agropecuário. “A atividade registrou uma perda de 6.108 trabalhadores, com destaque para o recuo nas culturas do café e do alho”, observa.
Ela acrescenta que a desaceleração na geração de postos de trabalho nas MPEs vem acontecendo nos últimos três meses. No entanto, Bárbara Castro ressalta que no acumulado do ano, o resultado continua positivo, já que das 204.187 vagas criadas no Estado, 135.249 estão nos pequenos negócios, totalizando 66,2% do total.
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Na análise por setores no Estado, o de serviços foi o que obteve o maior saldo de empregos criados pelos pequenos negócios em setembro (6.440 postos), seguido pelo comércio (3.989) e indústria (2.502). O destaque negativo ficou exclusivamente com o setor agropecuário (-6.108).
E as atividades que apresentaram os maiores saldos de vagas nas MPEs em setembro em Minas Gerais foram serviços combinados de escritório e apoio administrativo (582), transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças (451) e comércio varejista de mercadorias em geral – supermercados (373).
Já os resultados negativos foram verificados nas áreas de cultivo de café (-3.455) e de alho (-1.150), além dos serviços de preparação de terreno, cultivo e colheita (-404).
Desempenho do emprego dos pequenos negócios em MG por regiões
Em setembro, considerando o saldo de empregos gerados pelas MPEs, oito das nove regiões de Minas Gerais, conforme a divisão territorial do Sebrae Minas, contrataram mais que demitiram, com destaque para o Centro (5.928), Zona da Mata e Vertentes (1.416) e Rio Doce e Vale do Aço (816).
A regional Noroeste foi a única que apresentou desempenho negativo, com recuo de 1.620 vagas, fortemente influenciado pelo setor agropecuário, com as reduções observadas nas culturas de alho (-926) e café (-815).
Resultado nacional
Assim como o Estado, o mercado de trabalho brasileiro mostrou crescimento em setembro, com 2.163.929 admissões superando os 1.916.111 desligamentos, resultando em um saldo de 247.818 empregos formais, de acordo com dados do Caged. A primeira colocação em geração de emprego no Brasil foi ocupada por São Paulo (57.067), seguida pelo Rio de Janeiro (19.740) e Pernambuco (17.851).
Naquele mês, as micro e pequenas empresas (MPEs) foram responsáveis pela maior parte do saldo positivo brasileiro, com 61,3% dos postos de trabalho, enquanto as médias e grandes empresas (MGEs) responderam por 38,4% das novas vagas.
Perspectiva
Bárbara Castro observa que os últimos meses do ano são normalmente mais aquecidos em razão das festas típicas de fim de ano, além do período marcado pelas promoções no varejo. Apesar do aspecto sazonal positivo, ela ressalta que outras variáveis são consideradas na hora de contratar e um dos termômetros importantes na análise são os índices de confiança.
Ela ressalta que em outubro, o Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), monitorado pelo Sebrae Minas, apresentou uma ligeira queda na confiança dos empresários mineiros, passando de 118 para 117 pontos. E o Índice de Situação Recente (ISR), que avalia a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses, registrou 89 pontos, dois pontos a menos que em setembro.
Já o Índice de Situação Esperada (ISE), que reflete as expectativas dos empreendedores para o próximo trimestre, manteve-se estável em 131 pontos, o mesmo valor registrado no mês anterior.
“O resultado está em linha com o comportamento do Iscon, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mede as expectativas dos consumidores, também indicou uma leve queda em outubro, passando de 93,7 pontos para 93 pontos, depois de quatro meses de alta consecutiva”, analisa.
Os resultados sugerem uma acomodação nas expectativas, tanto dos empresários quanto dos consumidores, refletindo um momento de cautela diante do cenário econômico. Ela diz que entre os pontos de atenção está o comportamento da inflação, do aumento da taxa de juros, além da questão fiscal do País e também a geopolítica.
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