Economia

Perdas no setor varejista somaram R$ 31,7 bilhões em 2022

Índice de perdas no varejo brasileiro subiu 22,31% frente a 2021
Perdas no setor varejista somaram R$ 31,7 bilhões em 2022
Cerca de 61% das perdas estão relacionadas a quebras operacionais, furtos externos e internos e erros de inventário | Crédito: Adobe Stock

O setor varejista brasileiro registrou um aumento de 22,31% no índice médio de perdas em 2022 frente ao ano anterior. De acordo com os dados da Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro – Resultados 2022, realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) e pela KPMG, as companhias do setor somaram R$ 31,7 bilhões de prejuízo.

O sócio-líder para o segmento de varejo da KPMG no Brasil, Paulo Ferezin, destaca que a maior causa desse crescimento do indicador de perdas do varejo foi o aumento de furtos nos estabelecimentos comerciais. Conforme apontado pelo levantamento, isso pode estar ligado ao fim das restrições de fluxo de pessoas no período do isolamento por conta da pandemia da covid-19. “Com a liberação à rotina normal, as pessoas voltaram a frequentar os comércios, resultando num aumento de furtos”, disse.

A pesquisa ainda revelou que o montante total de perdas equivale ao faturamento de empresas que ocupariam o topo da lista de qualquer segmento. Lembrando que os grupos de artigos de esportes, perfumarias, construção/lar, magazine nacional, magazine regional, moda e outros chegaram a apresentar perdas acima da média.

O setor de mercado, que abrange as lojas de vizinhança e de conivência, foi o grande destaque no índice de perdas totais, com uma variação positiva de 3,07%. Os supermercados convencionais vem em seguida, com 2,37%, devido aos riscos inerentes aos produtos de venda, como erros de gestão de estoque, validade vencida de produtos, furtos, perecibilidade e avarias.

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Por outro lado, os setores de calçados e eletromóveis/Informática apresentaram diminuição de porcentagem de perda, por se tratar de produtos com maior supervisão de exposição.

A pesquisa da Abrappe ainda aponta que cerca de 61% das perdas relatadas estão relacionadas a quebras operacionais, furtos externos e internos e também erros de inventário. Em setores como calçados e moda a maioria eram perdas não identificadas; enquanto no caso das drogarias, por exemplo, elas estavam ligadas a quebras operacionais.

Apesar das companhias entrevistadas relatarem um valor significativo de perdas, o sócio-líder de governance, risk & compliance services da KPMG no Brasil, Fernando Lage, também destacou que o estudo também trouxe dados positivos para o mercado varejista. “Como o aumento na percepção do conhecimento técnico dos profissionais de prevenção de perdas, a alta de investimentos em treinamentos periódicos, e novos recursos para implementações sistêmicas e processuais”, completa.

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