Economia

Pesquisa aponta vendas em alta neste Natal

Pesquisa aponta vendas em alta neste Natal
Foto: Dione AS.

Um levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), entre os dias 12 e 19 de dezembro, revelou que a maioria dos lojistas está satisfeita com as vendas e movimentação de clientes durante os dias que antecedem o Natal. Para 79,6% dos entrevistados, as vendas estão atendendo, ou até mesmo, superando suas expectativas para este período do ano. As roupas são os produtos mais vendidos, segundo os empresários.

A poucos dias do Natal, o comércio em Belo Horizonte vem registrando bons resultados seja nas vendas ou na circulação de pessoas. O levantamento apontou também que 53,4% dos comerciantes acreditam que o volume de clientes está maior, se comparado com semanas anteriores.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, diz que a previsão é de que as vendas nesse período injetem R$ 2,45 bilhões na economia da cidade ao longo do mês. Para ele, a tendência é de que nos próximos dias aumente a movimentação de pessoas nas lojas, afinal, na terça-feira (20) foi o último dia para o pagamento do 13º salário e, com certeza, isso deve incrementar as vendas. “Além disso, muitos consumidores deixam para fazer as compras na semana que antecede o Natal”, explica o presidente da CDL/BH.

Souza e Silva conta que o levantamento confirmou a pesquisa realizada com lojistas de Belo Horizonte sobre suas expectativas para a data; nela, 62,2% acreditavam que as vendas deste ano seriam melhores que as de 2021. “Felizmente, até o momento, os resultados estão sendo bem positivos e a tendência é que nos próximos dias haja um aumento na movimentação nos centros comerciais da cidade”, declara o presidente.

Já sobre os motivos que levaram a esse momento de vendas aquecidas, ele ressaltou que o Natal é uma data que possui forte apelo emocional e as pessoas ficam mais dispostas a presentear: “A prova é que nossa pesquisa revelou que nove em cada dez consumidores irão presentear este ano”, relata. Sousa e Silva também citou a queda no desemprego e a entrada de renda extra na economia, devido ao pagamento do 13º salário e de benefícios como o Auxílio Brasil, como fatores que contribuíram para esse aumento das vendas. 

Copa afetou os negócios

Por outro lado, a sócia-diretora das Lojas Simone, Jacqueline Bacha, diz estar achando este ano atípico, com as pessoas muito preocupadas em saldar suas dívidas. Para ela, a Copa do Mundo animou o setor de eventos, mas acabou prejudicando o comércio tradicional, já que este teve que interromper ou encerrar seu expediente durante muitos dias, comprometendo os seus resultados.

Assim como Bacha, Flávio Froes, presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de BH e dono da loja Nova BH, também apontou o evento esportivo como um fator prejudicial – principalmente para o comércio de rua – junto com a greve dos metroviários. Para Froes, dezembro está sendo um mês bastante desafiador já que, devido à Copa, as lojas tiveram que ser fechadas em momentos chave para o comércio.

Ele acredita que agora, nessa semana, deve começar a busca pela recuperação, mesmo com a chegada das chuvas; aproveitando a melhora no movimento após o pagamento do 13º salário. “Vamos ver se a gente consegue tirar esse atraso e torcer para que nunca mais tenha uma Copa em dezembro”, diz Froes. 

Enquanto isso, Jacqueline Bacha lembra que o consumidor tem o costume de deixar tudo para última hora, portanto, se houver uma pausa no atual período de chuvas, as vendas no comércio podem melhorar nesses últimos dias. Ela também cita a preocupação das pessoas com a economia do país e o efeito que isso tem no consumo. “As pessoas estão mais precavidas antes de gastar. Estamos vendo muitas pesquisas de preços e compras moderadas”, relata a lojista.

Mais vendidos

A pesquisa da CDL/BH ainda revelou que as peças de vestuário seguem liderando as vendas. As roupas estão em primeiro lugar no ranking com 38,8% das vendas na capital; em seguida vêm os calçados (17,5%), itens de decoração (5,8%), móveis e colchões (5,8%) e cosméticos (4,9%).

Na visão do presidente da CDL/BH, essa liderança pode ser explicada pelo fato de se tratar de presentes mais fáceis de serem encontrados, que agradam a todos e possui um custo-benefício que se adapta melhor ao bolso do consumidor. Além disso, ele lembra outra característica específica das tradicionais compras de Natal: “os produtos são comprados para terceiros e, por isso, tendem a ter um tíquete médio menor que a Black Friday, por exemplo, quando as pessoas compram itens para uso pessoal. Tudo isso faz com que o vestuário lidere as vendas na temporada”, explica Sousa e Silva.

Quanto às formas de pagamentos, o formato à vista tem sido o destaque, com 48,5%; abaixo dele vem o pagamento parcelado no cartão de crédito (32%) – com uma média de três parcelas – e logo em seguida o PIX (14,6%) e o cartão de débito (3,9%). Outro ponto apresentado pelo levantamento foi o investimento médio por produto, que tem sido de R$ 170,79, de acordo com os lojistas entrevistados pela entidade.

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