Economia

Pesquisa da UFMG aponta hidrogênio verde como opção para substituir a gasolina; entenda

O estudo estimou o potencial de geração de energia e de hidrogênio em 23 cidades ao longo da BR-116
Pesquisa da UFMG aponta hidrogênio verde como opção para substituir a gasolina; entenda
Foto: Reprodução Freepik

O hidrogênio verde fotovoltaico, produzido apenas com fontes de energia renováveis, poderá ser o substituto natural da gasolina no setor automotivo. É o que prevê a pesquisa do engenheiro eletricista Francisco Edvan Bezerra Feitosa, doutor em Ciências e Técnicas Nucleares pela UFMG e professor do Instituto Federal Fluminense.

O pesquisador desenvolveu em sua tese de doutorado a planta de uma usina de hidrogênio com potencial de geração de 1 megawatt elétrico (1 MWe), alimentada com energia fotovoltaica. O modelo foi simulado para as proximidades da Refinaria Gabriel Passos, da Petrobrás, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

“Se, porventura, uma planta desse tipo for testada naquela cidade, o hidrogênio que ela eventualmente geraria poderia ser usado para enriquecer outros combustíveis dentro da própria usina. Hoje, a aplicação do elemento químico nas refinarias do Brasil destina-se a aumentar o teor energético dos combustíveis convencionais”, explica o professor.

Hidrogênio verde

O hidrogênio verde é obtido por meio da eletrólise, processo que envolve a separação das moléculas de hidrogênio e oxigênio que constituem a água. “O processo consiste basicamente em aplicar certa voltagem em dois eletrodos, colocando a molécula da água no meio. A partir de 1,229 volts, o hidrogênio começa a se separar”, explica, destacando que acima de 1,48 volts, a produção de hidrogênio já é plena, e o aumento da voltagem aumenta muito a quantidade produzida.

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“É a tensão elétrica que quebra a energia de ligação da água. Quando a água se separa, a molécula de hidrogênio é muito leve e sobe, podendo ser estocada”, conclui Feitosa.

Vocação do Nordeste para a produção

Com base na planta da usina modelo, o pesquisador também estimou o potencial de geração de energia e de hidrogênio em 23 cidades ao longo da BR-116, a maior rodovia brasileira, com 4,6 mil quilômetros de extensão, que liga as regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Uma das conclusões da pesquisa é que o Brasil, especialmente a região Nordeste, tem forte vocação para a produção do hidrogênio verde, em razão da forte incidência de irradiação solar e do potencial de geração de energia fotovoltaica.

O pesquisador afirma que o hidrogênio verde é uma alternativa promissora. “Espera-se que os custos do eletrolisador e dos painéis fotovoltaicos caiam de maneira suficiente para reduzir o preço do hidrogênio, de modo que ele passe a ser produzido na faixa de um dólar por quilo, que é o custo atual de produção da gasolina”, compara.

O trabalho foi orientado pela professora Antonella Lombardi Costa, do Departamento de Engenharia Nuclear da UFMG.

Com informações da UFMG

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