Pesquisas investigam minerais críticos no Oeste de Minas Gerais e miram tecnologias do futuro

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) deu início, neste mês de julho, a uma série de pesquisas no Oeste de Minas Gerais para mapear o potencial de áreas ricas em minerais críticos e estratégicos. A investigação busca ampliar o conhecimento geológico da região e envolve recursos essenciais como terras raras, fosfato, nióbio, titânio, alumínio, cobre, ouro e diamantes, necessários para o desenvolvimento de tecnologias de ponta como carros elétricos, turbinas eólicas e equipamentos eletrônicos.
Os trabalhos fazem parte do projeto “Geologia e Avaliação do Potencial Mineral da Província Ígnea do Alto Paranaíba”, integrante do Programa Mineração Segura e Sustentável, dentro da Ação Pesquisa Mineral do Novo Pac. A iniciativa está sendo conduzida nas áreas dos complexos alcalino-carbonatíticos de Serra Negra, Salitre I, II e III, Araxá e Tapira, além das unidades subvulcânicas e piroclásticas do Grupo Mata da Corda.
Segundo o pesquisador em geociências Paulo Dias os dados obtidos vão ajudar a entender melhor o potencial mineral do local e apoiar decisões do setor público e privado. “Essas unidades geológicas são reconhecidas pelo elevado potencial mineral, incluindo a possível presença de ETRs em argilas iônicas formadas por intemperismo químico”, explica.
Além de orientar decisões no setor, o estudo está alinhado com metas estratégicas da política mineral nacional e com os princípios da mineração segura e sustentável, consolidando a importância do setor para o desenvolvimento econômico e tecnológico do País.
Pesquisa tem parceria com a iniciativa privada

Um dos marcos do projeto foi a visita técnica ao Complexo Alcalino-Carbonatítico de Salitre, realizada em parceria com a Mosaic, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo. A equipe do SGB, formada pelos pesquisadores Paulo Dias, Joana Magalhães, Raianny Ferreira, Cassiano Castro e Francisco Vilela, foi recebida pelos geólogos da Mosaic, Rodolfo Gonçalves, Giovanna Moreira e Carla Grasso.
Durante a visita, os profissionais percorreram a mina e áreas do entorno, analisaram testemunhos de sondagem e discutiram os principais aspectos geológicos da região. O encontro serviu para alinhar tecnicamente as equipes e padronizar o conhecimento sobre a geologia local, etapa fundamental para o planejamento das fases seguintes.
Próximos passos da pesquisa com minerais críticos
Na próxima etapa, os pesquisadores do SGB darão continuidade aos trabalhos de campo, focando nos afloramentos, depósitos e minas associados ao Grupo Mata da Corda. O objetivo é aprofundar a caracterização estratigráfica e mineralógica da unidade, com base em testemunhos geológicos doados ao Serviço Geológico.
Com os novos dados, o Brasil poderá reforçar sua posição no mercado internacional de minerais críticos e estratégicos, fundamentais para a transição energética e a transformação digital, setores que dependem diretamente de matérias-primas como as terras raras, o nióbio e o cobre.
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