Pessoas desalentadas ainda são 4,754 milhões
Rio de Janeiro – O Brasil tinha 4,754 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em agosto de 2018, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado significa 21 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em maio. Em um ano, porém, 555 mil pessoas a mais caíram no desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
O porcentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos de idade ou mais na força de trabalho foi de 4,3% no trimestre encerrado em agosto, ante 4,4% no trimestre terminado em maio. No trimestre até agosto de 2017 o porcentual de desalentados era menor, de 3,9%.
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Informalidade – O trabalho doméstico manteve a tendência de aumento no País através da informalidade. No trimestre encerrado em agosto de 2018, havia 191 mil trabalhadores domésticos a mais do que no mesmo período de 2017: 19 mil deles foram contratados com carteira assinada, enquanto outros 172 mil passaram a trabalhar sem o vínculo formal. Os dados são da Pnad Contínua.
Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, o crescimento do trabalho doméstico é um “efeito colateral de crise econômica”. Embora o total de trabalhadores domésticos na ativa tenha aumentado, o rendimento pago a esses profissionais encolheu 0,7% no período de um ano.
“Aumenta o trabalho doméstico, mas reduz o salário dessas pessoas. A gente sabe que aumenta o número de pessoas em busca desse tipo de trabalho por causa de sobrevivência. Em momentos de menor ociosidade da economia esse grupamento tende a reduzir, principalmente por causa de outras oportunidades, especialmente entre as empregadas domésticas mais novas e com instrução melhor, elas tendem a ir para outras atividades. (O trabalho doméstico) É para contornar a crise e a falta de oportunidades que o mercado se encontra hoje”, justificou Azeredo.
O Brasil tem atualmente 6,302 milhões de trabalhadores domésticos, sendo 4,452 milhões deles sem carteira assinada. A perda do vínculo formal se reflete no poder aquisitivo desses trabalhadores: um empregado doméstico com carteira assinada recebe, em média, R$ 1.220 mensais, contra apenas R$ 719 recebidos pelos trabalhadores domésticos sem carteira.
Em um ano, o número de trabalhadores atuando por conta própria com CNPJ aumentou em 334 mil pessoas. Outros 103 mil indivíduos passaram a trabalhar por conta própria sem CNPJ no trimestre encerrado em agosto, em relação ao mesmo período de 2017. Um trabalhador por conta própria com CNPJ ganha, em média, R$ 3 093, contra R$ 1.270 dos que estão na mesma condição sem CNPJ. Em todo o País, há 18,749 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ e apenas 4,534 milhões com CNPJ.
No setor público, foram geradas 257 mil vagas em um ano, sendo 31 mil com carteira assinada, 69 mil sem carteira e 157 mil como militar e funcionário público estatutário.
Em relação ao trimestre encerrado em maio deste ano, foram criadas 233 mil vagas no setor público no trimestre terminado em agosto: 148 mil delas sem carteira e 62 mil com carteira.
No setor público, um funcionário sem carteira ganha, em média, R$ 1.772 contra R$ 3.868 dos que possuem carteira assinada. (AE)
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