Economia

Petrobras quer ampliar produção e acompanhar alta da demanda por energia

A presidente da estatal, Magda Chambriard, destacou que os investimentos estão focados em atingir o pico de produção do pré-sal por volta de 2030/2032
Petrobras quer ampliar produção e acompanhar alta da demanda por energia
Crédito: Adriano Eduardo de Lima / Agência Petrobras

A Petrobras, com o objetivo de manter a relevância como fornecedora de energia primária para o Brasil, planeja expandir o fornecimento de energia conforme o crescimento da demanda nacional, estimada em 60% até 2025. Atualmente, a estatal é responsável por 31% da energia primária gerada no País, que tem como principal fonte os combustíveis fósseis.

Durante a 2° edição do Projeto Eloos, que teve como tema Energia, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que os investimentos da estatal estão focados em atingir o pico de produção do pré-sal por volta de 2030/2032, mas, após esse período, a empresa buscará novas áreas para exploração de petróleo, como a margem equatorial, e investirá cada vez mais em combustíveis renováveis.

O planejamento estratégico da empresa prevê aportes de US$ 15 bilhões em transição energética até 2029, sendo que US$ 3 bilhões serão aplicados já em 2026.

“Até 2050, a Petrobras pretende crescer junto com o Brasil, mantendo esse nível de 31% de geração de energia primária. A partir do pico de produção do pré-sal, nós temos que repor energia, vamos ter que repor reservas. Nós vamos fazer isso buscando novas áreas para explorar e produzir petróleo. Há a Margem Equatorial – uma nova fronteira exploratória de petróleo – que é essencial para nós, não há futuro para uma empresa de petróleo sem exploração. A exploração é a nossa base de crescimento, mas que junto com ela nós vamos começar a investir cada vez mais no combustível renovável”.

Além da exploração dos combustíveis fósseis, Magda explicou que há uma tendência de retorno ao etanol, incremento na produção de biodiesel e a intensificação de investimentos em energia eólica, solar e hidrogênio a partir de 2035. A Petrobras já comercializa combustíveis com componentes renováveis, como o SAF (combustível de aviação com 1% de óleo vegetal) e bunker para navegação com 24% de renováveis.

O plano da Petrobras é ampliar as matrizes energéticas. Atualmente, menos de 1% dos 31% de energia primária fornecida pela Petrobras provém de fontes renováveis. No entanto, a projeção para 2050 é de uma mudança significativa. A empresa espera que, dos 31% de energia primária que fornecerá, 23% sejam de fósseis e 8% de renováveis. Essa transição será impulsionada por investimentos em eólica, solar e hidrogênio a partir de 2035.

Regap tem papel relevante para a Petrobras

Magda Chambriard, ressaltou ainda o papel relevante da Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Segundo ela, a unidade desempenha um papel crucial na economia brasileira, sendo responsável por 9% de toda a demanda de derivados de combustíveis líquidos do País. Além disso, a Regap produz 35% de todo o asfalto consumido no Brasil.

A refinaria também está na vanguarda da produção de combustíveis mais sustentáveis. “A Regap está pronta, pois concluiu os testes para a produção de diesel coprocessado com 5% a 10% de combustível renovável. A partir do próximo ano, a Regap iniciará a produção contínua de Combustível Sustentável de Aviação (SAF)”, disse.

Nos últimos 24 meses, conforme Magda Chambriard, a Petrobras investiu significativamente no refino, firmando compromisso de R$ 7,4 bilhões com fornecedores mineiros. O valor foi dividido por categorias, com destaque para manutenção e reparação. “Estamos fazendo manutenção das refinarias o tempo todo, ampliando suas capacidades e adequando para novos produtos. Nós assinamos, para viabilizar esses R$ 7,4 bilhões em Minas, 491 contratos, atingindo um total de 16.000 fornecedores cadastrados”, explicou.

O Projeto Eloos é produzido pela Itatiaia, com apoio do Diário do Comércio.

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