Petrobras revê plano de investimento

Rio – A Petrobras prevê investir US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028, alta de 31% em relação ao previsto no plano quinquenal anterior, além de projetar um aumento de mais de 13% na produção de petróleo em cinco anos, anunciou a petroleira ontem.
Ao publicar seu primeiro Plano Estratégico sob o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras afirmou que US$ 91 bilhões se referem a projetos em implantação, enquanto US$ 11 bilhões consideram projetos ainda em avaliação, sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução.
No plano anterior (2023-2027), quando a empresa ainda estava focada em desinvestimentos, o total projetado para investimentos foi de US$ 78 bilhões.
“O aumento do Capex está associado principalmente a novos projetos, incluindo potenciais aquisições; a ativos que estavam em desinvestimentos e voltaram para a carteira de investimentos da companhia; e à inflação de custos, que impactou toda a cadeia de suprimentos”, disse a petroleira, em fato relevante ao mercado.
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Ao longo do período de cinco anos, o maior investimento anual está previsto para 2025, de US$ 21 bilhões, alta de 13,5% versus 2024. Para 2026, estão previstos US$ 19,1 bilhões, mantendo um declínio em 2027 (US$ 17,1 bilhões) e 2028 (US$ 15,2 bilhões).
Do valor previsto, 72% serão aportados na área de exploração e produção (E&P), que mantém seu protagonismo ainda que a administração da companhia esteja buscando caminhos para a diversificação do seu portfólio, uma das importantes bandeiras levantadas pelo PT para a Petrobras desde as eleições.
A área de Refino, Transporte e Comercialização, por sua vez, representa 16% do novo orçamento total, enquanto Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono tem 9%, e o Corporativo, 3%.
A aprovação do plano pelo conselho de administração ocorreu ontem após o CEO da petroleira, Jean Paul Prates, ter sofrido pressões de Lula e de integrantes do governo por mudanças na reta final da elaboração do documento.
“O segmento de E&P mantém sua relevância para a companhia com o foco estratégico em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética”, disse a empresa ontem.
“Ao mesmo tempo, a companhia mantém grandes projetos de revitalização em águas profundas (REVIT), além de projetos complementares, a fim de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros.”
Do montante para E&P, a petroleira prevê US$ 3,1 bilhões para exploração na Margem Equatorial, US$ 3,1 bilhões para a exploração nas Bacias do Sudeste e US$ 1,3 bilhão para outros países. Está incluída neste investimento ainda a perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a companhia possui direito de exploração em blocos adquiridos.
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