Economia

Petrobras e Shell levam áreas no pré-sal por R$8,8 bi; governo obtém menos que o esperado

Os lances do consórcio formado pelas empresas, que já são sócias nos dois campos, somaram cerca de R$ 8,8 bilhões em arrecadação ao governo federal.
Petrobras e Shell levam áreas no pré-sal por R$8,8 bi; governo obtém menos que o esperado
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras e Shell arremataram juntas, sem concorrência, duas das três áreas ofertadas em leilão inédito de participações da União em blocos em produção no pré-sal, com o governo arrecadando menos que o esperado já que não houve lance pela fatia de Tupi.

Os lances do consórcio formado pelas empresas, que já são sócias nos dois campos, somaram cerca de R$ 8,8 bilhões em arrecadação ao governo federal, abaixo dos R$ 10,2 bilhões na última estimativa de receitas publicada pela União em novembro.

No caso de Mero, Petrobras e Shell venceram uma participação da União de 3,5% em jazida compartilhada no campo por R$ 7,79 bilhões, versus valor mínimo estipulado no leilão de R$ 7,65 bilhões.

Já em Atapu, as petroleiras levaram uma participação da União de 0,95% em jazida compartilhada do ativo, por cerca de R$ 1 bilhão, versus valor mínimo de R$ 863,32 milhões.

Uma terceira área ofertada, que previa a contratação de participação de 0,833% em jazida compartilhada de Tupi, por um valor mínimo de R$ 1,69 bilhão, não recebeu lances.

A estatal PPSA, responsável por representar a União nos contratos de partilha de produção no pré-sal, recebeu a missão de realizar o certame ainda neste ano, de forma que o governo pudesse incorporar os resultados às receitas de 2025. Até então, a União recebia e comercializava o petróleo produzido nestas áreas, que foram agora vendidas.

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Mais cedo neste ano, a estimativa para o leilão das três áreas havia sido de R$ 15 bilhões, considerando um ágio maior do que o obtido e a venda de participação em Tupi, entre outros fatores.

O presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, disse ao fim do leilão que dez empresas acessaram o “data room” para leilão e sete se credenciaram para participar.

“Tenho certeza que fizeram um grande negócio, tenho certeza terão grandes vantagens e lucros”, afirmou Paroli, sobre as empresas vencedoras.

Sobre a ausência de lances por Tupi, Paroli afirmou que “possivelmente a visão dos compradores foi um pouco pior do que a visão que a gente tinha”. Ele ponderou que a União “não perde nada” com a ausência de lances, uma vez que continuará recebendo e vendendo o óleo referente a sua participação na área.

SEM PREOCUPAÇÃO

Segundo uma fonte do Ministério da Fazenda, embora tenha havido frustração de R$ 1,4 bilhão, a diferença não causa preocupação. Isso porque, ao fim de todos os anos, o governo usualmente se beneficia do chamado empoçamento de recursos, em referência a gastos autorizados no orçamento, mas que não chegam a ser executados por entraves burocráticos.

Esse dinheiro não gasto acaba ajudando o governo a cumprir suas metas fiscais, compensando, na reta final do ano, eventuais frustrações de receita. O Tesouro estimou recentemente que o empoçamento deveria ficar em torno de R$ 10 bilhões este ano.

Conteúdo distribuído pela Reuters

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