Agro alavanca PIB e ajuda a retirar economia de Minas de recessão técnica

A economia mineira apresentou evolução de 0,9% no primeiro trimestre de 2023, depois de dois trimestres consecutivos de retração. Nos três primeiros meses deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais foi estimado em R$ 228,7 bilhões, acumulando R$ 945,6 bilhões nos últimos quatro trimestres. Os dados são da Fundação João Pinheiro e foram apresentados na tarde desta quinta-feira.
De acordo com o pesquisador da entidade, Raimundo de Sousa Leal, “esse resultado é muito positivo, principalmente depois de dois trimestres de retração. Porém, ainda abaixo do crescimento nacional, no qual a economia brasileira teve alta de 1,9%”, avalia.
Os números favoráveis do PIB foram puxados, principalmente, pelo desempenho da produção de soja e do minério de ferro. O pesquisador relata que grande parte da colheita da soja acontece no primeiro trimestre e a safra deste ano veio positiva em relação ao ano passado. “Isso explica o crescimento que o setor teve no Estado como um todo e trouxe uma contribuição significativa para o resultado agregado da economia como um todo”, analisa.
Em Minas Gerais, a atividade agropecuária apresentou expansão de 10% no primeiro trimestre no ano, comparada aos últimos três meses de 2022. Raimundo também ressaltou que as ocorrências de problemas climáticos em 2022 resultaram na quebra de safra da soja nos estados do Sul do País (sobretudo Rio Grande do Sul e Paraná), o que permitiu Minas desempenhar melhor.
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Outro setor que contribuiu com o crescimento do PIB mineiro de forma surpreendente na visão dos técnicos da fundação foi a produção de minério de ferro. Nos três primeiros meses de 2023, o segmento extrativista apresentou crescimento de 4,2% em Minas Gerais, na comparação com o último trimestre de 2022, e de 19,9% com o mesmo trimestre do ano passado.
No Estado, a atividade de energia e saneamento apresentou evolução de 1% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já o comércio evoluiu 0,6% em comparação com os três últimos meses de 2022.
Ainda em Minas Gerais, o setor da administração pública expandiu 0,3% no primeiro trimestre do ano.
O setor indústria de transformação, formado, por exemplo, pelas indústrias de veículos automotores e farmacêuticas, apresentou queda de 0,4% em Minas Gerais, valor, no entanto, menor que a retração nacional, de 0,6%.
Já o setor da construção civil apresentou queda de 0,1%, comparando os três primeiros meses de 2023 imediatamente com os três últimos meses de 2022. Isso porque houve considerável retração na fabricação de minerais não-metálicos, como os próprios insumos para o setor. No Brasil, a queda foi de 0,8%.
Por fim, os chamados outros serviços apresentaram queda de 0,1% no primeiro trimestre deste ano comparado com o último trimestre de 2022 no Estado. Eles incluem, por exemplo, atividades voltadas para o consumo das famílias, como serviço doméstico e recreações, e para o consumo das empresas, como serviços de informação e comunicação.
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