PIB da construção civil cresce 1,8% no País e alavanca geração de empregos

Apesar dos desafios econômicos, a atividade da construção civil segue avançando no País, com crescimento de 1,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor no primeiro semestre de 2025. Minas Gerais, que corresponde por 10% do mercado, segue como a segunda maior potência do segmento, tanto em faturamento, quanto na geração de empregos.
No recorte trimestral, o setor apresentou crescimento de 3,4% entre janeiro e março e 1,8% entre abril e junho. Com isso, o setor recuou 0,2%, na série com ajuste sazonal, reflexo do alto patamar dos juros no País, que atinge as atividades, afetando a demanda, encarecendo o crédito e pressionando o custo de capital das empresas.
Os dados constam no relatório Indicadores Imobiliários Nacionais e foram apresentados nesta terça-feira (9), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). O levantamento, realizado a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também destaca que o volume de vendas de materiais de construção civil, no comércio varejista, caiu 4,35% no segundo trimestre deste ano, pressionando ainda mais o segmento.
A economista do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ieda Vasconcelos, ressalta que a alta nos juros são o principal problema do setor da construção civil atualmente na visão dos empresários. “Mesmo com esse problema, o setor continua registrando resultados positivos, especialmente no mercado de trabalho”, destaca..
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O País ultrapassou a marca de 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o maior número em 11 anos, próximo ao pico histórico. Com 20.703 vagas formalizadas, Minas Gerais figura como o segundo estado com o melhor saldo de empregos no primeiro semestre, atrás apenas de São Paulo, que somou 40.813 postos de trabalho.
Belo Horizonte é a segunda cidade brasileira com maior número de vagas geradas
No recorte municipal, Belo Horizonte é a segunda cidade brasileira com maior número de vagas geradas na construção civil no igual período. A capital mineira superou a marca de 10 mil empregos (10.133) – quase o dobro do registrado pela terceira colocada, Rio de Janeiro (5.434) e atrás apenas de São Paulo (19.535).
Para o presidente do Sinduscon-MG, Raphael Lafetá, a ampliação das oportunidades na Capital são fruto da concretização de importantes projetos, como as obras do metrô, além de intervenções em drenagem e construção de viadutos.
“As obras de infraestrutura na cidade foram essenciais para alavancar esse crescimento na geração de empregos. Já no Estado, o avanço pode ser explicado em função das mineradoras, que seguem ampliando a atuação”, acrescenta.
O levantamento também destaca que o salário médio de admissão da construção civil atingiu de R$ 2.490,54 em julho deste ano. O número supera a média nacional, de R$ 2.277,51, ocupando a primeira colocação dentre os segmentos de atividade no País.
O presidente-executivo da Cbic, Fernando Guedes Ferreira Filho, avalia que todos os segmentos da construção civil continuam gerando empregos formais apesar do cenário econômico desafiador. “O setor continua crescendo e empregando pessoas, mas, os juros elevados, a inflação persistente acima da meta e as incertezas econômicas têm colocado um freio para maiores avanços”, pondera.
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