PIB cresceu mais rápido depois da pandemia, diz estudo da Fiemg

Cinco anos após o início da pandemia de Covid-19, a economia brasileira não apenas se recuperou, mas atingiu um ritmo de crescimento superior ao do período pré-crise. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) revela que o PIB nacional avançou, em média, 3,2% ao ano entre 2022 e 2024, mais que o dobro da média de 1,4% registrada entre 2017 e 2019.
O levantamento aponta que essa recuperação acelerada foi impulsionada pelo aumento do consumo, fortalecido pela recuperação do mercado de trabalho e pela ampliação do crédito. O setor de serviços foi o grande motor dessa expansão, crescendo 15,9% no Brasil em relação ao período pré-pandemia.
“O Brasil demonstrou uma capacidade de reação surpreendente no pós-pandemia, com estímulos econômicos que impulsionaram a renda das famílias e o consumo. O setor de serviços, por exemplo, retomou rapidamente suas atividades e superou os níveis de 2019”, destaca o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.
Já o comércio brasileiro voltou aos patamares normais em junho de 2020, impulsionado pela digitalização do consumo e pela demanda por bens essenciais, como alimentos e produtos farmacêuticos. O crescimento do e-commerce e das vendas remotas também foi determinante para essa retomada.
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A indústria também teve uma recuperação inicial rápida, mas enfrentou desafios ao longo dos anos seguintes. A produção industrial nacional voltou aos níveis pré-pandemia em agosto de 2020, mas perdeu fôlego a partir de 2021, com períodos de estagnação.
“A indústria reagiu bem ao choque inicial, mas depois enfrentou obstáculos, como a inflação elevada e a necessidade de ajustes na política monetária. Ainda assim, o setor segue sendo essencial para garantir um crescimento sustentado no longo prazo”, explica Roscoe.
O estudo do presidente da Fiemg ainda destaca que os estímulos fiscais e monetários, fundamentais para a recuperação, tiveram como efeito colateral o aumento da inflação, o que levou a um ciclo de alta na taxa básica de juros (Selic) nos anos seguintes.
“O crescimento econômico trouxe saldo positivo na criação de empregos e na renda real das famílias, mas também exigiu ajustes para conter a inflação. O desafio agora é garantir um equilíbrio entre crescimento e estabilidade macroeconômica”, ressalta Roscoe.
Minas acima da média nacional – Embora o estudo tenha foco nacional, os dados também indicam que Minas Gerais teve uma recuperação acima da média em diversos setores. O volume de serviços, por exemplo, cresceu 32,7% no estado, mais que o dobro da média nacional. Além disso, a indústria mineira, tanto na área de transformação quanto na extrativa, se destacou pela rápida recomposição pós-pandemia.
“O desempenho de Minas Gerais reflete a força da indústria e dos serviços no Estado, mas também sinaliza que o Brasil, como um todo, tem potencial para crescer de forma consistente, desde que haja um ambiente de negócios favorável e políticas de estímulo bem calibradas”, conclui o presidente da presidente da Fiemg.
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