PIB de Minas cresce 1,1% no 3º trimestre, e Estado projeta fechar 2025 com expansão de até 2%
Com crescimento real de 1,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao terceiro trimestre de 2024, a economia mineira deve encerrar este ano com avanço de até 2% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, segundo projeção da Fundação João Pinheiro (FJP), responsável pelo cálculo do indicador . Após o resultado de R$ 290,1 bilhões de julho a setembro e sem grandes variações no ritmo da economia mineira no último trimestre do ano, a perspectiva para o fechamento anual é de expansão entre 1,6% e 2%.
“Mesmo com possíveis ajustes no quarto trimestre, como as paradas técnicas da época, não esperamos alterações significativas no resultado consolidado”, aponta coordenador de Contas Regionais, professor e pesquisador da Fundação João Pinheiro, Raimundo Souza.
No acumulado do ano, a economia mineira cresceu 1,6%. Comparativamente aos quatro trimestres imediatamente anteriores, houve expansão de 2,2%, em termos reais.
Em termos nominais, a expansão no terceiro trimestre foi de 6,8%, resultado da combinação do aumento do volume de produção com a elevação dos preços na economia estadual.
O principal destaque do terceiro trimestre foi a agropecuária, que apresentou expansão de 8,8% frente ao trimestre anterior e de 11,3% na comparação interanual. O resultado reflete o aumento da produção de culturas como milho e sorgo, a forte expansão da produção florestal voltada para fabricação de celulose e a continuidade da recuperação da produção de leite, apesar da queda na colheita do café arábica, produto de grande relevância para o Estado.
Comparação com o trimestre anterior
Já na comparação com o trimestre imediatamente anterior, considerando a série com ajuste sazonal, o PIB estadual apresentou retração de 0,2%, influenciado principalmente pelo desempenho negativo da indústria.
A indústria mineira registrou queda de 1,1%, com recuo em todos os segmentos. Nesta ótica de comparação, as indústrias extrativas recuaram 5,0%, impactadas por paralisações programadas para manutenção em grandes empreendimentos de mineração.
A indústria de transformação apresentou redução de 0,3%, influenciada pela menor produção de derivados de petróleo, biocombustíveis e veículos automotores. Também houve retrações na construção civil (-0,9%) e nas atividades de utilidade pública (-3,8%), associadas à diminuição do consumo industrial de energia e, principalmente, à queda da geração de eletricidade.
“No caso específico da indústria de transformação, a comparação interanual revela que, embora a metalurgia tenha demonstrado sinais de recuperação no terceiro trimestre, o desempenho ao longo de 2025 foi afetado negativamente, especialmente pela concorrência dos aços importados da China e pelo impacto do tarifaço na economia de Minas Gerais. Essa conjuntura explica a performance abaixo do ponto em que estava no terceiro trimestre de 2024, mesmo com a retomada observada na metalurgia nesse terceiro trimestre de 2025”, explica o a.
No setor de serviços, que responde por cerca de dois terços da economia estadual, o desempenho foi heterogêneo. Houve crescimento no transporte (1,6%) e na administração pública (0,3%), estabilidade no agregado de outros serviços e retração no comércio (-0,9%), com queda nas vendas de hipermercados, vestuário e materiais de construção, além de redução da população ocupada no setor.
“Todos os segmentos do setor de serviços apresentaram expansão no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. O comércio registrou um crescimento modesto, de 0,5%”, detalha Souza.
Volume financeiro
Em valores nominais, o Valor Adicionado Bruto (VAB) no trimestre foi estimado em R$ 21,9 bilhões na agropecuária, R$ 74,0 bilhões na indústria e R$ 159,6 bilhões nos serviços. A participação de Minas Gerais no PIB nacional foi de 9,0% no 3º trimestre de 2025.
As estimativas divulgadas são preliminares e poderão ser revistas após a incorporação das pesquisas estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Sistema de Contas Regionais e a incorporação desses resultados pelo Sistema de Contas Trimestrais de Minas Gerais.
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