PIB de Minas Gerais chega a R$ 1,06 trilhão, o equivalente a 9% da riqueza nacional
Em 2024, Minas Gerais registrou um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,06 trilhão, um crescimento de 3,1% na geração de riquezas frente a 2023. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pela Fundação João Pinheiro (FJP) e o governo mineiro. O desempenho do Estado ficou abaixo da média do País, que registrou alta de 3,4%. Com o valor, Minas responde por 9% do PIB do Brasil.
De acordo com os dados da FJP, a alta do PIB de Minas Gerais, em 2024, foi resultado do crescimento da indústria e dos serviços, enquanto a agropecuária recuou. Os dados mostram que do valor total do PIB mineiro em 2024, R$ 593,9 bilhões foram atribuídos ao setor de serviços, o que representou um crescimento de 3,3%. A indústria foi responsável por R$ 264 bilhões, elevação de 3,8%.
Com o clima adverso em 2024 e queda nas produções de café e grãos, as atividades da agricultura, pecuária e produção florestal contribuíram com R$ 70 bilhões na composição do PIB, valor que retraiu 6,1% frente a 2023. Apesar da queda no fechamento do ano, o setor agropecuário cresceu 13,3% no último trimestre de 2024, frente a igual intervalo de 2023. Outros R$ 130 bilhões são oriundos dos impostos indiretos sobre produtos.
Conforme a secretária de Estado Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, o resultado do PIB de Minas Gerais em 2024 foi importante e apresentou crescimento em todos os trimestres.
“Um dado muito importante é que, em 2024, conseguimos, pela segunda vez na série histórica, registrar saldo positivo do PIB nos quatro trimestres, o que só havia ocorrido em 2021. É um resultado muito importante para Minas Gerais”, ressalta.
Os dados da FJP mostram que o PIB de Minas Gerais cresceu 1,7% no primeiro trimestre, 0,4% no segundo trimestre, 1,5% no terceiro e fechou o quarto trimestre com alta de 0,4%.
O pesquisador da FJP, Thiago Almeida, explica que o crescimento da economia de Minas Gerais foi resultado da maior produção no Estado, que avançou 3,1% frente a 2023, e também devido às mudanças dos preços relativos dos bens e serviços finais produzidos, com crescimento de 5,9%.
Em relação aos setores que compõem o PIB, Almeida explica que a agropecuária encerrou o ano com queda de 6,1%, resultado que foi influenciado pela agricultura. “As condições climáticas interferiram na agricultura. A safra de grãos e de café apresentaram resultados negativos”.
Ainda conforme Almeida, na indústria, que apresentou um PIB de R$ 264 bilhões e elevação de 3,8%, o destaque foi o setor de construção. O volume da produção na construção aumentou 7,7% na comparação com 2023. Houve alta também nas produções das indústrias de transformação, 3,1%, nas indústrias extrativas, 1,8% e utilidades públicas – compostos, principalmente, pelas atividades de geração e distribuição de eletricidade e água -, com aumento de 5,6%.
“Na construção civil houve uma série de avanços em infraestrutura. Tivemos a indústria de transformação crescendo, principalmente, na parte de minerais não metálicos, veículos e alimentícia. A metalurgia foi afetada negativamente com a concorrência do aço chinês”, diz.
O crescimento do setor de serviços, 3,3%, foi puxado pelo bom desempenho do comércio, que cresceu 4%, outros serviços, com alta de 3,8%, seguido pelo transporte, 2,2% e administração pública, com elevação de 1,8%.
“No setor de serviços, o destaque em 2024 foi o comércio, com as vendas de materiais de informática. Houve expansão também nos serviços prestados às famílias e no turismo. Em transporte, o destaque foi o transporte aéreo”.
PIB de Minas Gerais avançou no 4° trimestre
Conforme as informações da FJP, ao longo do 4° trimestre de 2024, o PIB de Minas Gerais registrou expansão real de 4,1%, frente a igual intervalo de 2023, alcançando, então, R$ 277 bilhões. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a alta foi de 0,4% no quarto trimestre do ano passado.
Do valor total do trimestre, R$ 8,3 bilhões foram oriundos da agricultura, pecuária e produção florestal, alta de 13,3% frente a igual trimestre de 2023. Outros R$ 161,9 bilhões vieram dos serviços, alta de 2,8%, e R$ 69,9 bilhões da indústria, incremento de 2,7%.
Mantendo a mesma base de comparação, os resultados obtidos nas indústrias de transformação, na construção, no comércio e nos transportes contribuíram decisivamente para a preservação do crescimento.
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