Economia

Pior momento da inflação no Brasil já passou, diz Campos Neto

Pior momento da inflação no Brasil já passou, diz Campos Neto
Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto | Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil

Brasília, DF – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (27), no X Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, que o pior momento da inflação no Brasil já ficou para trás e que o choque de juros será capaz de desacelerar o processo inflacionário.

“A gente ainda tem no Brasil um componente de aceleração de inflação, os últimos dois números [de inflação] foram, acho que pela primeira vez, dentro da expectativa. A gente acha que o pior momento da inflação no Brasil já passou”, disse.

No acumulado de 12 meses até maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 11,73%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 9 de junho.

A apresentação preliminar do relatório trimestral de inflação, feita na última quinta-feira (23), mostrou que autoridade monetária prevê que o IPCA fique em 11,31% no acumulado de 12 meses até agosto. A estimativa do BC para a inflação de 2022 é de 8,8%, acima do teto da meta (5%).

Nas projeções de curto prazo, considera altas de 0,81% em junho, de 0,84% em julho e 0,33% em agosto. No trimestre, estima avanço de 1,99%.

Com a entrada dos dados de junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) passou a acumular alta de 12,04% em 12 meses ao subir 0,69% no mês, ligeiramente acima das expectativas do mercado.

Em resposta à inflação persistente e disseminada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, em 15 de junho, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano. Para o próximo encontro, em agosto, sinalizou uma nova alta de igual ou menor magnitude.

“Acreditamos que a nossa ferramenta é capaz de frear esse processo inflacionário e vai frear o processo inflacionário. A gente acha que grande parte do trabalho já foi feito”, afirmou Campos Neto.

No painel “Erosão da ordem pública internacional e o futuro”, o presidente do BC comentou também que a autoridade monetária ainda avalia quais serão os impactos das medidas de desoneração tributária aprovadas pelo governo e em tramitação no Congresso sobre a inflação.

“A gente tem algumas medidas que estão sendo desenhadas pelo governo, a gente precisa entender qual vai ser o efeito dessas medidas no processo inflacionário, ainda não está claro”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou na quinta-feira (23) a lei que fixa um teto para as alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia, transporte e telecomunicações.

(Nathalia Garcia/Folhapress)

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