Polo calçadista de Nova Serrana fica estagnado com queda no consumo

O primeiro semestre deste ano foi de estagnação para o polo calçadista de Nova Serrana, localizada na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Com cerca de 105 milhões de pares vendidos em 2018, a estimativa do Sindicato Intermunicipal da Indústria do Calçado de Nova Serrana (Sindinova) é de manter esse número até o final de 2019.
Durante os seis primeiros meses deste ano, o setor não apresentou crescimento e produziu 45% do total de calçados previsto para 2019. Segundo o presidente do Sindinova, Ronaldo Lacerda, no início do ano, a estimativa era de uma alta anual de 10%, no entanto, o consumo não recuperou força e a indústria segue apresentando resultados negativos, que levaram o polo calçadista a resultados estáveis na comparação com o mesmo período do ano anterior.
“O cenário de hoje aponta para dificuldade de vendas. Nossos esforços são sempre para ter crescimento das vendas, mas estamos trabalhando com a possibilidade de que os números deste ano fiquem bem próximos do ano passado em virtude da queda de consumo”, afirma.
A aprovação das reformas da Previdência e tributária pode melhorar o cenário econômico na avaliação de Lacerda e, assim, ajudar a alavancar o faturamento e as vendas do setor nos próximos meses.
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“O mercado não tem acompanhado as nossas projeções. Se as reformas que estão sendo votadas tiverem um andamento melhor, com reflexos na economia, poderemos ter resultados mais significativos”, aponta.
Exportações – Com expectativas de números melhores para o polo calçadista a partir de agosto, o presidente do Sindinova, Ronaldo Lacerda, ressalta que o planejamento para o segundo semestre tem como principal objetivo fomentar o mercado de exportação, para tentar manter o mercado interno e conseguir um crescimento do mercado externo.
O acordo assinado entre Mercosul e União Europeia, que vai formar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo e reduzir de 17% para zero as tarifas de importação dos calçados brasileiros, vai beneficiar o polo calçadista, segundo Lacerda.
“Depois do acordo, já fizemos contatos com importadores de Portugal e temos realizado um trabalho forte para atrair fabricantes de todo o Brasil além de exportadores para tentar movimentar o mercado local”, explica.
Fenova – Outro esforço para aquecer as vendas de fim de ano é a realização da 24ª Feira de Calçados de Nova Serrana (Fenova). Entre os dias 13 e 15 de agosto, expositores terão a oportunidade de mostrar novidades e tendências e fabricantes poderão posicionar suas marcas no mercado e fortalecer a produção em uma das maiores feiras do setor no Brasil.
Impulsionada pela grande expectativa de vendas, a Fenova proporciona negociações diretas, sem intermediários, com produtos e preços competitivos, melhorando o custo/benefício.
“Temos um limitador no mercado interno e vamos trazer para a feira cerca de dez importadores da América do Sul para distribuir melhor nossas vendas para outros países e, assim, tentar aumentar nossas vendas”, comenta Ronaldo Lacerda.
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