Polo de calçados de Nova Serrana tem queda nas vendas no 1º trimestre

O ano de 2024 não está sendo positivo para o polo calçadista de Nova Serrana, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Andrade Lacerda. Ele conta que ainda não fechou os números, mas diz que o resultado das vendas do polo no mercado doméstico no primeiro trimestre deste ano foi marcado pela retração.
E no mercado externo, as exportações para a Argentina foram “praticamente a zero” no primeiro trimestre. “Muitas empresas ainda estão recebendo os embarques do ano passado”, observa.
De acordo com o dirigente, a principal dificuldade enfrentada pelas indústrias é a insegurança jurídica. “Mudanças repentinas na tributação não dão confiança para as empresas investirem. Um exemplo é a tributação do governo federal em cima dos benefícios fiscais dos estados. O estado dá com uma mão e o governo federal tira com a outra. E agora ainda estamos com essa briga da desoneração da folha que nunca acaba”, reclama.
Outro ponto de dificuldade enfrentado pelas indústrias do polo de calçados de Nova Serrana, segundo Lacerda, é a entrada de produtos da Ásia pelas plataformas de e-commerce sem pagar impostos, o que impacta negativamente nos negócios e na geração de postos de trabalho no Brasil.
O dirigente se refere à isenção do imposto de importação para bens de até US$ 50 por meio de compras em plataformas internacionais no Brasil, contemplado pelo programa Remessa Conforme, criado pela Receita Federal, que determina um tratamento aduaneiro diferenciado e a isenção de alíquota para marketplaces que optarem por se cadastrarem na iniciativa, tem sido alvo de questionamentos por varejistas nacionais e políticos.
E justamente com o objetivo de ampliar negócios fora do País e que a entidade vai participar de duas ações comerciais, uma delas em junho com a rodada de negócios no Sindinova com importadores da América Central e do Sul. Já em julho deste ano, está prevista a rodada de negócios no Uruguai.
O presidente do Sindinova destacou a importância das feiras comerciais, que reúnem fabricantes e lojistas. Ele conta que, em fevereiro, aconteceu a 28ª edição da Feira de Calçados de Nova Serrana (Fenova), no município. “Agora vamos até São Paulo participar de uma grande feira nacional. Estamos com mais de 70 marcas do polo nessa feira, a BFShow”, conta. A feira acontece no período de 21 a 23 de maio.
Lacerda conta que a cada dia está sendo mais desenvolvida no polo a reciclagem, o aproveitamento e reúso de materiais. “A sustentabilidade a cada dia mais tem feito parte do dia a dia das empresas”, diz.
O polo calçadista de Nova Serrana é composto por 12 municípios: Araújos; Nova Serrana; Bom Despacho; Onça de Pitangui; Conceição do Pará; Pará de Minas; Divinópolis; Perdigão; Igaratinga; Pitangui, Leandro Ferreira e São Gonçalo do Pará. São cerca de 1,2 mil empresas que produzem 105 milhões de pares de calçados anualmente e emprega cerca de 40 mil colaboradores diretos e indiretos. Os calçados são exportados para 30 países.
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