Polo de meias de Juiz de Fora tem recuperação

No primeiro semestre deste ano as indústrias do polo de meias de Juiz de Fora, na Zona da Mata, registraram um crescimento médio de 20% na comparação com o ano passado. Além disso, o volume de negócios já é superior ao registrado em 2019, antes da pandemia de Covid-19. As informações são do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF).
O inverno rigoroso fez com que a demanda aumentasse neste ano. Para se ter uma ideia, a carteira de vendas da indústria do segmento, que fecha geralmente em 10 de agosto, ainda está lotada de pedidos para a próxima semana.
“Estamos surpresos com essa demanda. Faz muito tempo que a carteira de vendas não se prolonga dessa maneira, porque os invernos não estão sendo tão rigorosos. Se continuar nesse patamar, fechará a estação do inverno com bons resultados, apesar da pandemia de Covid-19. Além disso, houve a retomada da abertura das lojas, o que acabou estimulando o consumo das pessoas pelas roupas de inverno”, explica o presidente do Sindimeias-JF, João Luis Rocha do Amaral.
Desafios
Apesar do estímulo do inverno prolongado e rigoroso, a indústria enfrenta alguns desafios. O principal é a falta de insumos, o que acaba afetando toda a cadeia. “Esse atraso na entrega de matéria-prima acaba comprometendo as entregas da indústria para os lojistas. Alguns empresários estão fazendo estoque de insumos, com medo de faltar e comprometer a produção. Isso faz com que essa matéria-prima fique ainda mais cara”, pontua Amaral.
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Além da escassez de insumos, outros fatores também estão pressionando os custos produtivos, como, por exemplo, a energia elétrica e o aumento salarial dos funcionários. “Além dos impostos regulares. Todos esses custos não têm como fugir”, complementa Amaral.
As empresas registram também alta nos custos com o transporte. De acordo com o sindicato, o frete aumentou 40% no primeiro semestre deste ano.
Paralisações
A pandemia também chegou a paralisar a produção do polo produtivo de Juiz de Fora. A primeira vez foi em março de 2019 – quando 100% da produção parou – por 17 dias e a segunda vez, foi em janeiro deste ano – parando 100% da produção – por um mês. “A maioria dos empresários decidiu parar por medida de segurança. A volta foi gradativa, por medida de segurança à saúde dos funcionários e de suas famílias. Com o avanço da vacinação, as fábricas foram voltando à produção normalmente”, relembra Amaral.
Investimentos
Apesar dos bons resultados registrados neste ano, a indústria de meias está postergando os investimentos para o próximo ano. De acordo com a entidade, poucos empresários estão adquirindo máquinas. A grande maioria opta, como estratégia, pela compra de matéria-prima por conta da preocupação com a elevação de custo ou de falta no mercado.
Quanto à geração de empregos, as fábricas chegaram a dispensar trabalhadores, suspender contratos com a adoção do benefício da Lei 1043 – que permite a permanência do trabalhador em casa, sendo pago pelo governo federal – e atualmente está voltando às contratações.
A expectativa para o segundo semestre, de acordo com o Sindimeias-JF, é de que o ano feche com crescimento de 20%. “Esse faturamento será o reflexo do bom resultado das vendas do inverno e da reposição do fim do ano, que tudo indica que será positiva devido aos resultados que estamos tendo agora no inverno. Com isso, vamos começar 2022 com planejamento para o próximo inverno com resultados ainda melhores”, avalia o presidente do sindicato.
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