Economia

Polo de meias de Juiz de Fora tem recuperação

Polo de meias de Juiz de Fora tem recuperação
Inverno rigoroso neste ano é um dos fatores que impulsionaram a demanda pelos produtos | Crédito: Pixabay

No primeiro semestre deste ano as indústrias do polo de meias de Juiz de Fora, na Zona da Mata, registraram um crescimento médio de 20% na comparação com o ano passado. Além disso, o volume de negócios já é superior ao registrado em 2019, antes da pandemia de Covid-19. As informações são do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF).

O inverno rigoroso fez com que a demanda aumentasse neste ano. Para se ter uma ideia, a carteira de vendas da indústria do segmento, que fecha geralmente em 10 de agosto, ainda está lotada de pedidos para a próxima semana.

“Estamos surpresos com essa demanda. Faz muito tempo que a carteira de vendas não se prolonga dessa maneira, porque os invernos não estão sendo tão rigorosos. Se continuar nesse patamar, fechará a estação do inverno com bons resultados, apesar da pandemia de Covid-19. Além disso, houve a retomada da abertura das lojas, o que acabou estimulando o consumo das pessoas pelas roupas de inverno”, explica o presidente do Sindimeias-JF, João Luis Rocha do Amaral.

Desafios

Apesar do estímulo do inverno prolongado e rigoroso, a indústria enfrenta alguns desafios. O principal é a falta de insumos, o que acaba afetando toda a cadeia. “Esse atraso na entrega de matéria-prima acaba comprometendo as entregas da indústria para os lojistas. Alguns empresários estão fazendo estoque de insumos, com medo de faltar e comprometer a produção. Isso faz com que essa matéria-prima fique ainda mais cara”, pontua Amaral.

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Além da escassez de insumos, outros fatores também estão pressionando os custos produtivos, como, por exemplo, a energia elétrica e o aumento salarial dos funcionários. “Além dos impostos regulares. Todos esses custos não têm como fugir”, complementa Amaral. 

As empresas registram também alta nos custos com o transporte. De acordo com o sindicato, o frete aumentou 40% no primeiro semestre deste ano.

Paralisações

A pandemia também chegou a paralisar a produção do polo produtivo de Juiz de Fora.  A primeira vez foi em março de 2019 – quando 100% da produção parou – por 17 dias e a segunda vez, foi em janeiro deste ano – parando 100% da produção – por um mês. “A maioria dos empresários decidiu parar por medida de segurança. A volta foi gradativa, por medida de segurança à saúde dos funcionários e de suas famílias. Com o avanço da vacinação, as fábricas foram voltando à produção normalmente”, relembra Amaral.

Investimentos 

Apesar dos bons resultados registrados neste ano, a indústria de meias está postergando os investimentos para o próximo ano. De acordo com a entidade, poucos empresários estão adquirindo máquinas. A grande maioria opta, como estratégia, pela compra de matéria-prima por conta da preocupação com a elevação de custo ou de falta no mercado.

Quanto à geração de empregos, as fábricas chegaram a dispensar trabalhadores, suspender contratos com a adoção do benefício da Lei 1043 – que permite a permanência do trabalhador em casa, sendo pago pelo governo federal –  e atualmente está voltando às contratações.

A expectativa para o segundo semestre, de acordo com o Sindimeias-JF, é de que o ano feche com crescimento  de 20%. “Esse faturamento será o reflexo do bom resultado das vendas do inverno e da reposição do fim do ano, que tudo indica que será positiva devido aos resultados que estamos tendo agora no inverno. Com isso, vamos começar 2022 com planejamento para o próximo inverno com resultados ainda melhores”, avalia o presidente do sindicato. 

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