Economia

Polo de Ubá registra queda nos negócios

Polo de Ubá registra queda nos negócios
Foto: Rodrigo Dai

Depois de um ano bastante atípico, o polo moveleiro de Ubá, na Zona da Mata, mantinha boas expectativas para 2022. No entanto, as vendas do setor recuaram 10% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2021. A informação é do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind).

O presidente da entidade, Aureo Calçado Barbosa, conta que apesar da queda em números gerais, há nichos de produtos que permaneceram estáveis. “Essa flutuação das demandas depende muito do segmento a ser considerado. Para tanto, os produtos são avaliados em termos de qualidade, design e preço”.

A escassez de matérias no final de 2020 até o terceiro trimestre de 2021, foram alguns fatores que impactaram no desempenho das empresas. Na sequência, apesar de surgir um sinal de equilíbrio, o setor ainda sente falta de insumos importantes para a fabricação das mobílias.

“O desempenho das empresas foi bastante afetado principalmente pela subida exagerada de alguns itens básicos, em especial os derivados do aço, assim como do papel, da madeira prensada e também de tintas. O mercado não consegue absorver aumentos de preços contínuos. Posso dizer que não há milagres, e, inclusive, temos que rever o consumo, focando apenas em itens mais prioritários para o uso do dia a dia. O que puder esperar para depois, vai pro final da fila, naturalmente”, analisa o presidente.

Como consequência de meses consecutivos de um semestre marcado por baixas, o atual momento é de um mercado mais equilibrado. Entretanto, segundo empresas acompanhadas pela Intersind, há fortes impactos ainda sentidos com relação aos custos operacionais de transporte e de logística.

Para a reta final de 2022, o Aureo Barbosa acredita que ainda é cedo para apostar em expectativas de vendas. Segundo ele, os empresários do polo moveleiro de Ubá, assim como todo o mercado, aguarda o resultado das eleições para realizar projeções de desempenho. “Esperamos que nossa população tenha juízo de valor na hora de escolher quem irá nos governar”, orienta.

“É inegável que, quando bem administrado e com um planejamento estratégico, o nosso País será capaz de reagir e se recuperar de quaisquer tropeços, secas, enchentes, doenças, guerras externas e insegurança jurídica”, argumenta o presidente da Intersind, que complementa: “Esperamos que o nosso Brasil possa sobreviver e crescer economicamente como nunca visto. É com essa esperança que nós acreditamos e vamos investir na geração de mais emprego e renda”, aponta.

Desde 2021, o polo passou de 8 para 22 municípios englobados, seguindo uma lei de extensão territorial promulgada no mesmo ano pelo governador Romeu Zema (Novo). Dessa forma, destacam-se dentro deste núcleo as cidades de Bento Gonçalves, Cataguases, São Geraldo, São João Nepomuceno e Senador Firmino, também na Zona da Mata. Em volume, nas 22 cidades, cerca de 300 empresas movimentam o setor produtivo de móveis.

Em aspectos de desempenho de produtos de mobílias com menor valor agregado, a Intersind avalia que estes ítens particularmente conseguiram reagir melhor que os de maior valor. Isso acontece devido à circulação do dinheiro vindo por parte de benefícios sociais injetados nos últimos meses. 

Programas como o Auxílio Emergencial, por exemplo, destinado às classes de menor poder aquisitivo, promovem o consumo de produtos mais populares. Entretanto, os móveis de preços mais elevados sofreram queda recorrente desde o início da pandemia.

E-commerce 

Apesar da baixa nas vendas, o setor espera conseguir ótimos resultados e, inclusive, explorar determinadas oportunidades no e-commerce. O presidente do Intersind afirma que desde o final de 2020, as pessoas, em geral, intensificaram as compras pela internet. 

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