Pontes: Gasto em ciência é investimento

Uma longa caminhada pelo campus do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, apresentou, nessa quinta-feira (13), ao ministro de Ciências, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, as pesquisas e aplicações desenvolvidas por professores, pesquisadores e alunos da Instituição.

Ele conheceu os projetos do Instituto nas diferentes áreas da Engenharia em que atua, especialmente, nesse momento, as soluções na área da saúde e sistemas de comunicações móveis avançadas. O ministro visitou as instalações do Inatel Competence Center, que desenvolve soluções e serviços para empresas parceiras nacionais e multinacionais.

Ponto alto da visita foram os projetos de pesquisa e soluções desenvolvidas na área de radiocomunicações, em especial as ações para as futuras redes de comunicações móveis 5G e 6G, que contam com o apoio do governo federal.

Enquanto o Brasil ainda aguarda no leilão das frequências para o 5G e, em muitos lugares, mal se vale do 4G, a sexta geração da comunicação móvel já é estudada no Inatel. Esse processo é visto como uma oportunidade do País se juntar ao seleto clube de nações protagonistas no desenvolvimento e uso de novas tecnologias, se candidatando, inclusive, a ser um fornecedor global de equipamentos e soluções. A previsão é que o 6G comece a operar em 2030.

Em junho, políticas e projetos da área deixaram o MCTI – que na época ainda tinha o C de Comunicações na sigla (MCTIC) – e aportaram no novo Ministério das Comunicações, liderado pelo deputado Fábio Faria (PSD-RN).

Em seu pronunciamento, o líder do MCTI destacou a importância da educação para a construção de um país independente e voltada para a solução de problemas.

“É impossível um país se desenvolver se não tiver uma educação forte, ciência, tecnologia e inovações. O futuro depende do conhecimento. De tudo que vi aqui, o que me deixou muito feliz, foi ver essa conexão, a visão de utilizar a educação para incentivar os jovens nas suas carreiras. E também o trato da educação de uma forma prática, que resolve problemas importantes. Alunos desenvolvendo suas empresas enquanto alunos ainda. Isso é motivador”, apontou Pontes.

Por fim, o ministro foi ao FabLab Inatel e o e-Health Innovantion Center, que desenvolveram várias soluções no enfrentamento da pandemia de Covid-19, entre elas o ventilador pulmonar que recebeu apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e está sendo produzido pela empresa Ventrix, também de Santa Rita do Sapucaí.

“Nesse momento de pandemia acho que ficou bem claro a importância da ciência para o País e para o mundo. Já temos que pensar no próximo momento, no reposicionamento das economias no pós-pandemia. Os recursos gastos em ciências e tecnologia não são custos, são investimentos que dão retorno. É certo que o Ministério tem sofrido com a falta de dinheiro – assim como os demais ministérios – mas tivemos uma boa notícia com a aprovação do descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) pelo Senado Federal”, pontuou o ministro.

Necessidade de ações – O diretor do Inatel, Carlos Nazareth, agradeceu a presença do ministro e apoio do MCTI em várias frentes, mas não deixou de destacar a importância da pesquisa para o desenvolvimento do Brasil e necessidade de ações robustas do ministério para que essa realidade se concretize.

“O avanço dessas pesquisas e a transferência para a indústria ajudarão o Brasil a caminhar em direção à independência tecnológica, contribuindo para o avanço das nossas cidades, do agronegócio, da indústria e das ciências. Precisamos consolidar, hoje, nossa presença no mundo 4.0 e avançarmos na busca de perspectivas para o futuro. O apoio do MCTI e da Embrapii foram decisivos para que pudéssemos desenvolver, em conjunto com a Ventrix, uma solução de respirar artificial que contribuirá na luta contra o Covid-19. Mais do que isso, porém, fortalecerá no Brasil mais uma empresa que gera empregos e oportunidades diversas”, discursou Nazareth.