Gargalo do Betânia mantém insegurança no Anel Rodoviário

Sem previsão de início, a obra de ampliação do pontilhão do Betânia, no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, continua sendo um gargalo de tráfego e de insegurança para motoristas. Orçado em R$ 44 milhões e previsto desde 2014, o projeto segue parado após ter sido judicializado, conforme informou o diretor da BHTrans, Leandro de Morais, em audiência pública na Câmara Municipal (CMBH).
O principal foco da reunião, solicitada pelo vereador Irlan Melo (Republicanos), foi a necessidade de ampliação de faixas de tráfego no trecho da linha férrea, entre os bairros das Indústrias e Vista Alegre, onde está previsto o funcionamento da Linha 2 do metrô.
Segundo o diretor de Manutenção de Infraestrutura Viária de BH, Maurício Kangussu, estão sendo executadas obras no Anel Rodoviário, como pavimentação e sistema de drenagem, além de sete quilômetros de acesso e dilatação, revitalização de passarelas e limpeza. O objetivo é garantir a funcionalidade do transporte e ampliar a capacidade de tráfego.
Orçamento de R$ 44 milhões parado
As obras do pontilhão estão orçadas em R$ 44 milhões, recurso já anunciado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Durante a audiência pública, também foi discutida a necessidade de estudo e viabilização da área de escape que está sendo estruturada pela prefeitura. O grande entrave, segundo técnicos, é o estreitamento no bairro Betânia, onde os acidentes são recorrentes.
Irlan Melo lamentou a ausência de representantes do governo do Estado e da VLI, empresa que administra a linha férrea. Ele informou que solicitará nova reunião em outubro e encaminhará um requerimento à PBH e ao governo estadual pedindo informações mais detalhadas sobre os projetos. “Precisamos de respostas emergenciais dos órgãos competentes, de modo a garantir a segurança dos motoristas e dos pedestres”, reforçou.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que aguarda o envio do projeto para priorizar a execução das obras do pontilhão e da Avenida Amazonas.
Expectativa por celeridade
A assinatura do termo de transferência que efetivou a municipalização do Anel Rodoviário Célio Mello Azevedo ocorreu no início de junho e contou com a presença de vereadores, representantes do governo federal, do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, e de secretários municipais. Na ocasião, os parlamentares destacaram que a transferência possibilitará a viabilidade e a celeridade das intervenções necessárias para trazer mais segurança e fluidez ao tráfego da via.
Inaugurado em 1963, o Anel Rodoviário conecta as rodovias BRs 040, 262 e 381. Sua construção teve como objetivo evitar que o tráfego pesado das rodovias atravessasse o perímetro urbano, sobrecarregando a malha viária. Com a expansão da cidade, o Anel passou a ser utilizado também para o trânsito entre bairros.
Linha do tempo
- 1963 – Inauguração do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, conectando as BRs 040, 262 e 381.
- 2014 – Projeto de ampliação do pontilhão do Betânia é elaborado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
- 2014-2025 – O projeto fica paralisado após ser judicializado, sem avanço em licitação ou obras.
- Junho de 2025 – Assinado termo de transferência que oficializa a municipalização do Anel Rodoviário Célio Mello Azevedo. A medida é destacada como essencial para dar celeridade às intervenções.
- 2025 (audiência pública) – Diretor da BHTrans confirma que não há previsão para início da obra. Vereador Irlan Melo (Republicanos) cobra ampliação das faixas de tráfego no trecho e pede urgência nas soluções.
- Outubro de 2025 (previsto) – Nova reunião deve ser realizada, a pedido do vereador, com requerimento enviado à PBH e ao governo do Estado solicitando informações detalhadas sobre os projetos.
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