Economia

População de Belo Horizonte com 13º salário é a maior desde 2018 e indica aumento da formalização

Proporção aumentou consideravelmente frente a 2024; é a maior da série histórica iniciada em 2028 e acima do esperado da formalização do mercado de trabalho
População de Belo Horizonte com 13º salário é a maior desde 2018 e indica aumento da formalização
Índice de consumidores que utilizarão o décimo terceiro salário para pagar dívidas caiu de 41% para 25% neste ano | Foto: Reprodução Adobe Stock

O número de consumidores em Belo Horizonte que receberam ou receberão o 13º salário neste ano aumentou consideravelmente em relação ao ano passado. Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), neste ano, 59% da população belo-horizontina receberá a gratificação natalina destinada aos trabalhadores com carteira assinada, resultado 13 pontos percentuais (p.p.) superior ao observado no ano passado, quando essa proporção foi de 46%.

O resultado é o maior da série histórica da pesquisa Destino do 13º salário dos consumidores de BH, iniciada em 2018, e representa um aumento até mesmo acima do esperado da formalização do mercado de trabalho, explica o gerente de pesquisas da Fundação Ipead, Eduardo Antunes, mesmo que índices socioeconômicos do mercado de trabalho já indicavam ao longo do ano que haveria um aumento.

“Era esperado, não nessa proporção, o que mostra que houve uma recuperação dessa proporção de pessoas que recebem essa gratificação”, disse. “A última vez que foi acima de 50% foi em 2022, e agora mostrou essa evolução. Não significa que a população aumentou seus rendimentos, mas sim que aumentou a formalização”, complementa.

Ele ressalta que o indicador da Fundação Ipead reflete uma tendência em Belo Horizonte, de uma demanda forte das empresas, ao mesmo tempo que enfrentam dificuldades na busca por mão de obra em diversos setores e atividades. “Mesmo com esse aumento da demanda e da ocupação, ainda há muita vaga disponível para certos serviços”, afirma Antunes.

O levantamento da Fundação Ipead revela ainda uma maior pulverização dos destinos do 13º salário entre a população de Belo Horizonte. Tradicionalmente, o primeiro lugar nas intenções dos consumidores é ocupado para o pagamento de contas atrasadas e quitação de dívidas, mas neste ano o item foi citado por 25,16% dos respondentes, proporção bem inferior ao ano passado, quando foi citado por 41% das pessoas.

O movimento é parecido ao observado no biênio de 2022-2023, quando houve uma queda expressiva na intenção dos consumidores belo-horizontinos de utilizar o décimo-terceiro salário para o pagamento de dívidas. Assim sendo, Antunes explica que a pesquisa detectou um comportamento do consumidor, que tem se acostumado a preparar a gratificação natalina ao pagamento de dívidas em um ano e abrir o bolso a outros gastos no ano seguinte.

“Costumeiramente acontece mesmo esse ciclo, em determinado ano se concentra muito para pagar contas atrasadas e no ano seguinte há uma divisão de se utilizar o décimo-terceiro. É um movimento cíclico que está atrelado a contas maiores, financiamento, cartão de crédito”, avalia.

Essa questão pode ter contribuído para a intenção dos consumidores estar mais pulverizada neste ano, já que a pesquisa indica que as pessoas estão menos apertadas financeiramente, o que dá maior liberdade para decidir como gastar o décimo-terceiro, afirma Antunes. Até por isso, a segunda opção de destino mais citada pelos consumidores, “viajar”, pulou da quarta posição no levantamento de 2024 para a segunda em 2025, citada por 11,85% dos respondentes.

“Depois que acabou a pandemia, o item viajar aparece citado constantemente nas pesquisas. A gente percebeu esse movimento mesmo, não importando o quão caro esteja viajar pelo Brasil e pelo mundo. Depois da pandemia, o item ‘viajar’ sempre aparece com destaque” finaliza o gerente de pesquisas da Fundação Ipead.

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