População ocupada bate recorde no terceiro trimestre

A população ocupada no trimestre de agosto a outubro deste ano alcançou seu maior contingente na série histórica, iniciada no primeiro trimestre de 2012, com 100,2 milhões de pessoas. O número é 0,9% acima do registrado no trimestre anterior e 0,5% superior ao mesmo período de 2022. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desta forma, segundo a pesquisa, a taxa de ocupação no Brasil ficou em 57,2%. Isso representa um avanço de 0,4 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de maio a julho de 2023, quando o índice fechou em 56,9%.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, ressalta que a população ocupada segue uma tendência de aumento que já havia sido observada no trimestre anterior.
Já a taxa de desocupação no trimestre de agosto a outubro recuou 0,3 p.p. na comparação com os três meses anteriores (7,9%). Essa foi a segunda queda consecutiva no indicador, que ficou em 7,6%, a menor taxa desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%).
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De acordo com a Pnad Contínua, a população desocupada no País chegou a 8,3 milhões de pessoas. Isso representa redução de 3,6% ou 261 mil pessoas frente ao período anterior.
Quanto ao número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, o levantamento revelou que já são 37,4 milhões de pessoas nessa situação. Esse é o contingente desde junho de 2014 (37,5 milhões) e representa avanço de 1,7% na comparação com o trimestre anterior e de 2,7% frente ao mesmo período de 2022.
A pesquisa ainda mostra que o número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões de pessoas), a dos empregadores (4,2 milhões de pessoas) e dos empregados no setor público (12,1 milhões de pessoas) ficaram estáveis tanto na comparação trimestral quanto na interanual.
No caso dos trabalhadores por conta própria, foi observado um aumento de 1,3% na comparação com o período anterior, o indicador fechou o trimestre com 25,6 milhões de pessoas. Enquanto o número de empregados sem carteira no setor privado ficou estável, com uma população de 13,3 milhões.
“Isso mostra que tanto empregados como trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre”, resume Beringuy.
População ocupada por atividades, segundo a Pnad
Na divisão por atividades, o único grupo com crescimento entre os trimestres foi Transporte, armazenagem e correio, que apresentou expansão de 3,2%, ou mais 172 mil pessoas no período. Essa atividade também foi um dos destaques na comparação interanual, com alta de 5,4% ou acréscimo de 283 mil pessoas.
Em seguida aparecem os grupos de Alojamento e alimentação (7%, ou mais 365 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,2%, ou mais 508 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%, ou mais 439 mil pessoas). Já a Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi a única a registrar recuo, com queda de 4%, ou menos 351 mil pessoas.
Rendimento em alta
O estudo do IBGE também revelou que o rendimento médio real está estimado em R$ 2.999 no País. Esse valor é 1,7% maior que o registrado no trimestre anterior e 3,9% acima do observado no mesmo trimestre de 2022. Beringuy explica que isso pode estar ligado a expansão continuada entre ocupados com carteira assinada, posição na ocupação normalmente com rendimentos maiores. “A leitura que podemos fazer é que há um ganho quantitativo, com um aumento da população ocupada, e qualitativo, com o aumento do rendimento médio”, avalia.
Já a massa de rendimento alcançou o maior patamar da série histórica da pesquisa, com R$ 295,7 bilhões. O montante é 2,6% superior ao valor do trimestre anterior e 4,7% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
Taxa de subutilização
A taxa composta de subutilização ficou em 17,6% no trimestre encerrado em outubro. O indicador caiu 2,5 p.p. na comparação com o mesmo trimestre de 2022. Essa foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015 (17,4%).
A população subutilizada ficou em 20,1 milhões de pessoas, um recuo de 14% frente ao mesmo período de 2022. Enquanto a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas foi de 5,3 milhões, representando uma queda de 14% no ano. Já a população que está fora da força de trabalho soma cerca de 66,8 milhões de pessoas. Isso representa um avanço de 3,2% frente ao mesmo período do ano anterior.
Por fim, a Pnad Contínua do IBGE também revelou que a população desalentada foi de 3,5 milhões, queda de 4,6% ante o trimestre anterior e 17,7% no ano. Esse é o menor contingente desde o trimestre encerrado em setembro de 2016 (3,5 milhões).
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