Porto do Açu quer elevar a presença de Minas

A conexão de Minas com o litoral do Rio de Janeiro, para escoamento e exportação do minério, deu o pontapé inicial para as operações do Porto de Açu, no ano de 2014. Desde então, essa ligação ganhou força, mas ainda há espaço para expansão. Para tal, foi realizado ontem, em Belo Horizonte, o Port Day, evento para apresentar a empresários mineiros as operações do Porto do Açu, localizado em São João da Barra, e buscar ampliação de negócios. Segundo o CEO do Porto do Açu, Tadeu Fraga, atualmente, no terminal multicargas, 77% da movimentação têm como origem ou destino Minas Gerais. “Isso faz com que Minas tenha toda a nossa atenção”, ressaltou.
Presente ao evento, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, disse que o Porto do Açu tem potencial para ser a principal estrutura desse tipo para o escoamento da produção de Minas Gerais. Segundo ele, o porto é uma importante porta de exportação e importação para produtos mineiros, podendo garantir mais competitividade à indústria mineira.
Segundo Tadeu Fraga, um dos diferenciais do porto para a indústria mineira é sua localização, no norte fluminense. Ele ressalta que a principal forma de escoar a produção mineira até o porto é pelo modal rodoviário, via BR-040 e BR-101. Há ainda o uso de terminais intermediários que permitem a ligação de rodovia e ferrovia. “Reconhecemos que a melhoria nessa conectividade é um desafio permanente”, disse. Ele informou que há um esforço, junto ao poder público, de aperfeiçoamento do traçado rodoviário, com acesso exclusivo ao porto. Há também ações para a promoção da conexão ferroviária, mas esta solução só seria viável no longo prazo.
Atualmente, o principal segmento atendido é o de minério de ferro, através de duas unidades que operam no complexo: o terminal de exportação de minério e o terminal multicargas. O minério chega ao porto por meio do mineroduto de 529 km de extensão do Sistema Minas Rio da Anglo American, que sai de Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas, passando por 32 municípios dos dois Estados.
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Mas há uma série de outras cargas sendo transportadas a partir do porto. Além disso, está em andamento um plano de expansão do terminal multicargas, que passará a ter capacidade de explorar grãos e contêineres num curto prazo.
Parcerias – Segundo Fraga, predominam hoje no Porto do Açu as operações domésticas, mas há objetivo de expansão da conexão com outros continentes. Nesse sentido, em 2017, a Prumo Logística, que opera o Porto de Açu, firmou parceria com o Porto de Antuérpia, na Bélgica. Neste ano, foi firmado acordo de cooperação com o Porto de Houston (EUA), o que deve fortalecer principalmente as operações envolvendo petróleo e gás natural.
Outro diferencial do Porto de Açu é o fato de a estrutura ser privada. Segundo Fraga, essa característica tem como vantagem garantir agilidade na tomada de decisões, inclusive de investimentos. “A nossa forma de abordar o mercado é entender a necessidade do cliente e desenhar o crescimento e expansão do porto em função dessas necessidades, com abordagem customizada, o que não é comum em portos públicos”, explica o CEO.
Com investimentos da ordem de R$ 8 bilhões, o Porto de Açu deu início às operações em 2014 e é considerado o maior porto-indústria privado em operação no País. O complexo tem área total de 130 km quadrados, o que equivale a 18.207 a área do Mineirão, e conta com 6 mil funcionários. Na área há 11 empresas em operação. Os números do porto são crescentes: em 2014, o número de acessos de navios foi de 217, sendo que este ano já foram 2.584 acessos.
O complexo conta com a maior reserva privada de restinga do Brasil e mantém programa de proteção a tartarugas marinhas. Uma das preocupações da empresa é contribuir com o desenvolvimento das comunidades próximas.
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