Porto do Açu amplia operações para clientes em Minas Gerais

O portfólio de produtos movimentados pelo Porto do Açu, com Minas Gerais como origem ou destino, está mais diversificado, e a tendência é que essa lista continue a se expandir em razão da proximidade do complexo com o Estado e de seus diferenciais logísticos.
No ano passado, o empreendimento, localizado em São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, realizou, por exemplo, sua primeira operação de café em big bags, sendo que a maior parte do volume embarcado era proveniente de produtores mineiros.
“Montamos uma logística bem interessante para fazer essa exportação da produção do Sul e do Leste de Minas Gerais e, olhando para o mercado, entendemos que essa solução pode se tornar definitiva”, diz o diretor Comercial e de Industrialização do Porto do Açu, João Braz.

Conforme o dirigente, o atendimento à indústria de cimento do Estado também voltou a ser mais abrangente em 2024. Ele pontua que, além da recorrente importação de coque para fábricas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o complexo recebeu gipsita.
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Outro produto entrou no portfólio do Porto do Açu de movimentação para clientes mineiros neste início de ano. De acordo com Braz, embora seja uma situação pontual, o empreendimento importou tarugo para uma pequena siderúrgica de Minas Gerais.
Pauta tradicional de exportação tem minério de ferro e soja
Mesmo com a diversificação da pauta, o minério de ferro segue como o principal item de Minas Gerais exportado pelo complexo. Vale dizer que a produção do Sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, deságua no local por meio de um mineroduto e é embarcada através de um terminal da Ferroport, joint venture da Anglo American e Prumo Logística.
A soja é outro item que os mineiros geralmente embarcam via Porto do Açu, neste caso, pelo terminal multicargas (T-Mult) do empreendimento, que movimentou mais de 1,8 milhão de toneladas em 2024 e tem projeção para escoar 2,5 milhões de toneladas em 2025.
Um produto que o complexo deseja que entre na lista de embarques regulares é o lítio produzido no Estado. Embora as exportações do espodumênio ainda não sejam rotineiras, Braz destaca que são boas as expectativas com relação a esse mercado.
Porto tem projetos para abrigar indústria de lítio e de produtos para construção civil
Ainda sobre o lítio, o Porto do Açu, que disponibiliza áreas para a instalação de indústrias, está em tratativas com uma empresa do setor para abrigar o beneficiamento do mineral. Sem revelar nomes, o diretor afirma que a companhia opera no Vale do Jequitinhonha.
De acordo com ele, o empreendimento também está em discussão com um player que fabrica produtos para a construção civil para receber um centro de manufatura. Braz não diz de quem se trata, mas ressalta que a empresa não é brasileira, porém, tem inúmeras unidades pelo País, sendo 17 fábricas apenas no Sudeste, incluindo Minas Gerais.
Segundo o diretor, a decisão sobre o segundo projeto deve ser tomada ainda neste ano, enquanto a do primeiro não deve sair nos próximos dois anos, porque depende de como estarão os preços do lítio e do desenvolvimento do mercado no Brasil.
“São dois projetos que adicionam muito valor quando falamos de zona industrial. A empresa instala a fábrica no distrito, investe dinheiro e amarra sua logística. Então, garantimos aquele fluxo de carga por um longo período e vira uma parceria”, salienta.
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