Porto-seco de Varginha investe R$ 60 milhões em nova operação de café

O Porto Seco Sul de Minas, centro logístico e industrial aduaneiro, localizado em Varginha, vai dobrar a capacidade de estocagem de café com a expansão de seu armazém climatizado em área alfandegada. O atual galpão, que tem 12 mil m² e passará para 30 mil m², consegue armazenar 360 mil sacas, volume que será ampliado para 720 mil. O investimento do empreendimento no projeto somará mais de R$ 60 milhões, incluindo R$ 22 milhões na aquisição de um maquinário.
Ao Diário do Comércio, o diretor do Porto Seco, Breno Paiva, afirma que a obra de construção da estrutura de 18 mil m² deverá ficar pronta em meados de julho de 2025, contudo, a operação, propriamente dita, está prevista para começar somente no início de 2026. Esse intervalo deve-se à implantação do conjunto de máquinas, que leva cerca de um ano e meio para ser finalizada, já que são vários equipamentos comprados de diferentes fornecedores nacionais e estrangeiros.
Segundo Paiva, o novo maquinário da operação de café, 100% automatizado e com sistema de captação de poeira, será o maior do Brasil. Ele ocupará 6 mil m² do armazém e facilitará o recebimento e a expedição do produto. A instalação será capaz de receber e também embarcar até 40 mil sacas por dia, em qualquer embalagem, seja big bag, bag alfa ou para carga a granel. Com o conjunto de máquinas, o porto-seco poderá exportar mais de 100 containers por dia.
Atualmente, o Porto Seco Sul de Minas atende mais de 30 empresas da indústria cafeeira. A partir do futuro armazém e dos novos equipamentos, este número poderá crescer, assim como a quantidade de produtos recebidos ou embarcados por companhias que já são atendidas.
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Investimentos em estruturas e chegada de empresas
Há exatamente um ano, o Porto Seco entregava mais um galpão logístico, totalizando sete grandes galpões, hoje ocupados por 85 empresas. A nova estrutura, que contou com investimento de R$ 340 milhões, somando o valor aportado pelos desenvolvedores e por inquilinos, que investiram na adequação dos módulos para as necessidades de suas operações, está 100% locada.
O último módulo que estava disponível, de 5 mil m², o diretor revela que foi ocupado pela Archer Daniels Midland (ADM), empresa que compõe o seleto grupo ABCD do Agro, referente às quatro maiores indústrias do agronegócio no mundo. A companhia, líder global em nutrição, presente em 200 países, investiu cerca de R$ 6 milhões na instalação de um centro de distribuição (CD) no local para distribuição de ração animal ao mercado mineiro e exportação dos produtos.
Antes disso, várias empresas líderes de mercado já vinham ocupando módulos da nova estrutura. Alguns exemplos são: Magneti Marelli, fornecedora global de peças para o setor automotivo, Santa Cruz Medicamentos, Libbs e Apsen – as três do ramo farmacêutico. Em setembro, a japonesa Daiichi Sankyo, também farmacêutica, vai iniciar os trabalhos no porto-seco.
Paiva destaca que o Porto Seco Sul de Minas ainda está realizando a terraplanagem de uma área de 400 mil m² para que, futuramente, possam ser instalados novos galpões logísticos e receber mais empresas. De acordo com ele, a previsão é de que as obras sejam concluídas até 2026.
“Conseguimos consolidar um condomínio em que a maioria das empresas são líderes de mercado. Então, a nossa perspectiva de crescimento é tanto para atender as empresas que já estão instaladas aqui quanto as que nos procuram”, destaca, demonstrando otimismo para o futuro dos negócios.
Faturamento e movimentação de cargas
Ainda conforme o diretor, o faturamento conjunto de todas as companhias que operam no local deve ultrapassar os R$ 20 bilhões em 2024 e chegar a valores entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025. Adicionalmente, ele diz que o empreendimento em Varginha, que movimentou cerca de US$ 1,5 bilhão em mercadorias em 2023, espera alcançar um incremento de 20% neste ano.
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