Economia

Potenciais compradores consideram que o preço dos imóveis estão alto

A maioria (87%) das pessoas que pretende comprar um imóvel em até três meses tem como objetivo o uso para moradia
Potenciais compradores consideram que o preço dos imóveis estão alto
Foto: Reprodução Adobe Stock

A maioria (78%) dos brasileiros que pretende adquirir um imóvel nos próximos três meses considera que os preços atuais estão “altos ou muito altos”. De acordo com a pesquisa Raio-X FipeZap para o segundo trimestre deste ano, essa taxa é um ponto percentual (p.p.) abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (79%).

O levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com o Grupo OLX, mostra que a parcela dos entrevistados que classifica os valores “baixos ou muito baixos” variou de 3% para 2% nos períodos analisados. Já o grupo que acredita que os preços praticados estão em um “nível razoável” se manteve em 15%; outros 5% não souberam opinar sobre esse tema.

Essas pessoas que declararam intenção de adquirir imóvel nos próximos três meses respondem por 33% dos compradores em potencial que participaram do estudo. Isso representa uma nova queda em relação aos trimestres anteriores e o menor patamar desde 2019, ficando abaixo da média histórica (38%).

Quase metade (49%) dos respondentes integrantes desse grupo se declara indiferente quanto à escolha entre imóveis novos ou usados. Já 42% demonstraram preferência pelos imóveis usados e outros 10% optaram pela aquisição de imóveis novos.

Foto: Kelsen Fernandes

Imóveis para investimento

A grande maioria (87%) disse que pretende utilizar o imóvel para moradia, sendo que 78% desse público tem a finalidade de morar com alguém. Por outro lado, 13% das pessoas têm como objetivo o investimento, com destaque para a obtenção de renda com o aluguel (74%) frente à revenda futura após valorização do imóvel no mercado (26%).

As pessoas com mais de 50 anos representam a parcela majoritária dos investidores, com 80% do público. Quanto à questão envolvendo a receita desses potenciais compradores, os respondentes com renda mensal de R$ 10 mil ou mais são a maioria entre aqueles que pretendem adquirir um imóvel nos próximos três meses para investir, com 67%.

A vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Flávia Vieira, explica que em momentos de instabilidade o investimento em imóveis torna-se mais atrativo, sendo um ativo que oferece maior segurança aos investidores.

“O principal atrativo é a valorização dos imóveis no tempo. O retorno dos aluguéis, embora não seja elevado, garante uma renda e tem sido um importante componente de renda de investidores que compram imóveis na planta ou usados para reforma ou em localização estratégica”, esclarece.

Expectativa de preço no curto e longo prazo

Entre esses compradores potenciais, 30% apostam na manutenção dos preços praticados atualmente para os próximos 12 meses no mercado imobiliário. Outros 27% dos entrevistados acreditam que haverá aumento e 18% consideram a possibilidade de queda nesse período. Além disso, 25% não souberam opinar.

A pesquisa demonstra que, com base no histórico, a expectativa dessa parcela dos entrevistados oscilou positivamente entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período deste ano, passando de uma alta nominal de 0,5% para uma expectativa de queda de 0,2%.

Para Flávia Vieira, o comportamento do preço dos imóveis está totalmente relacionado ao desempenho da economia, de forma geral. “No atual momento, não temos como fazer uma análise em função da complexidade dos cenários político e econômico tanto interno quanto mundial”, diz.

A maioria (34%) dos respondentes espera que a valorização dos imóveis deva acompanhar a inflação ao longo dos próximos dez anos. Por outro lado, 26% acreditam que o comportamento de preço deverá ser superior à inflação, enquanto 11% apostam que esse desempenho poderá ser inferior. O grupo que não soube opinar sobre o comportamento dos preços no longo prazo é de aproximadamente 30%.

A vice-presidente da CMI/Secovi-MG destaca que o mercado imobiliário tende sempre a valorizar no longo prazo. “Segundo o DataSecovi, ao compararmos a valorização de imóveis em BH nos últimos 15 anos (253%) foi superior ao IGP-M (224%), IPCA (149%) perdendo apenas para os juros brasileiros (351% de valorização), que são dos mais altos do mundo”, acrescenta.

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