Potencial do biocarvão será explorado em estudo conjunto de UFMG e centro francês de pesquisa agrícola

O biocarvão, produto sólido com uma alta concentração de carbono e grande potencial para a agricultura sustentável, é o foco inicial da nova parceria firmada entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento (Cirad), órgão governamental da França.
A colaboração entre as duas instituições de ensino e pesquisa prevê impulsionar os estudos globais e aplicações do biocarvão, com testes a serem desenvolvidos no campus regional da UFMG, em Montes Claros, no Norte de Minas.
Esta, aliás é a primeira vez que a univesidade mineira firma uma parceria com o Cirad, que atua focado no desenvolvimento sustentável das regiões tropicais e mediterrâneas no território francês. O protocolo de intenções foi assinado pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida e pelo diretor regional do Cirad no Brasil e países do Cone Sul, Pierre Marraccini.
O órgão francês tem cerca de 40 anos de atuação no Brasil, e o seu diretor, Pierre Marraccini, acredita que o acordo é o primeiro passo para impulsionar cooperações com a UFMG. “Elas podem envolver intercâmbio de pesquisadores e participação conjunta em editais abertos por agências francesas. Mas, para isso, era preciso institucionalizar essa parceria”, comentou.
Em 2019, pesquisadores da UFMG alcançaram um marco significativo na agricultura sustentável ao desenvolverem um biocarvão produzido a partir de esterco animal. O material demonstrou um potencial notável para aumentar os teores de matéria orgânica, eficiência no uso de fertilizantes e o crescimento de micro-organismos benéficos capazes de contribuir para o aumento da produtividade no campo.
O produto, por sua vez, é altamente estável e resistente à decomposição biológica. Ele também é obtido por meio da pirólise da biomassa e tem aplicação agrícola, visando à captura de carbono no solo e à melhoria de suas propriedades físico-químicas.
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