Poupança tem menor captação do ano
Brasília – A tradicional caderneta de poupança registrou captação líquida de R$ 1,480 bilhão em novembro, nono resultado consecutivo no azul, mas o mais fraco da sequência, informou o Banco Central na sexta-feira (4). O ingresso foi inferior à entrada líquida de R$ 2,426 bilhões registrada no mesmo mês do ano passado.
Desta vez, houve saque líquido de R$ 442,943 milhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o que não acontecia desde fevereiro. Na poupança rural, houve entrada de R$ 1,923 bilhãoem novembro.
Em 2020 até novembro, o resultado da poupança só foi negativo em janeiro (menos R$ 12,356 bilhões) e fevereiro (menos R$ 3,572 bilhões). De março a outubro, os depósitos superaram os saques em todos os meses, com sucessivos resultados recordes para os períodos.
Isso ocorreu num ano marcado, de um lado, pela forte transferência de renda promovida pelo governo com o auxílio emergencial e, de outro, pelo quadro de juros básicos em patamares muito baixos.
Atualmente, a Selic está em 2% ao ano, sua mínima histórica. Essa realidade tornou a poupança – isenta de Imposto de Renda – uma modalidade mais competitiva de investimento ante tradicionais alternativas da renda fixa referenciadas na Selic, mas que, por serem tributadas, acabam entregando um rendimento similar ou mesmo inferior ao da poupança, considerando também a cobrança de taxas de administração.
Com o auxílio emergencial, maior iniciativa para enfrentamento à crise do coronavírus, o governo gastará R$ 321,8 bilhõesneste ano, montante que abarca o pagamento de R$ 600 aos beneficiários de abril a agosto, e de R$ 300 de setembro a dezembro.
Em meio à queda do auxílio pela metade, os ingressos líquidos na poupança já tinham desacelerado fortemente em outubro (mais R$ 7,017 bilhões) frente a setembro (mais R$ 13,229 bilhões), embora ambos os resultados tenham sido os melhores para os meses da série do Banco Central.
No mês mais forte até aqui, a poupança chegou em maio a ter entrada líquida de R$ 37,201 bilhões.
Acumulado – No acumulado do ano, a captação líquida chegou a R$ 145,708 bilhões, recorde absoluto para o período na série histórica do BC iniciada em 1995. De janeiro a novembro do ano passado, a poupança sofreu resgate de R$ 3,884 bilhões. (Reuters)
BC divulga lista do Open Banking
Brasília – O Banco Central divulgou na sexta-feira (4) a lista das 1.065 instituições que terão participação obrigatória no open banking, que será implementado no país a partir de 2021. Todos os grande bancos do país entram no grupo, também composto por instituições menores e cooperativas.
O open banking dará aos clientes de instituições financeiras o poder sobre seus dados cadastrais e de transações como meio de fomentar a competição e acesso a serviços mais baratos e melhores. A regulamentaçãojá havia estipulado obrigatoriedade de participação das instituições enquadradas pelo BC nos segmentos 1 (S1) e 2 (S2).
Entram no S1 as instituições com porte igual ou superior a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ou que exerçam atividade internacional relevante, independentemente do porte. Já o S2 é composto por instituições com porte inferior a 10%, mas superior a 1% do PIB.
No fim de novembro, o BC anunciou o adiamento do pontapé inicial para a implementação do open banking para fevereiro de 2021. Antes, a primeira etapa do processo deveria ser concluída até 30 de novembro deste ano.
O prazo para a última etapa do open banking – entrada em vigor do compartilhamento de dados sobre produtos e serviços e dados de transações – era de 25 de outubro de 2021 e passou a ser 15 de dezembro do próximo ano.
Em nota, o BC afirmou que com os esforços necessários para o combate à pandemia da covid-19, o governo entendeu que foram impactados os processos de trabalho nas instituições participantes do open banking.
“Também foi levada em consideração a necessidade de adaptação de sistemas das instituições em razão de outras ações regulatórias, a exemplo do Pix e de registro de recebíveis de cartão”, acrescentou a autoridade monetária. (Reuters)
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