PPPs dos Lagos de Furnas e Mascarenhas terão editais publicados em dezembro e aportes de R$ 165,5 milhões

As parcerias público-privadas (PPPs) do governo estadual para modernizar o transporte aquaviário nos lagos das Usinas de Furnas e Mascarenhas de Moraes, no Sul de Minas, terão investimentos somados de R$ 165,5 milhões. Os projetos são para concessão da operação de balsas em sete trajetos, com aportes de R$ 19,6 milhões, e a construção e administração de uma ponte entre Cássia e Delfinópolis, na região de Passos, ao custo de R$ 145 milhões.

As PPPs terão os editais publicados em dezembro deste ano e os leilões serão realizados provavelmente em março de 2026, revela o subsecretário de Concessões e PPPs da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Vitor Costa. Após a assinatura do contrato de concessão, a vencedora do certame das balsas terá até dois anos para a aquisição de novas embarcações para renovar completamente a frota.

Em Furnas são sete travessias, ao todo, operadas atualmente de forma individual pelas prefeituras da região: Pontalete, que liga Três Pontas, Elói Mendes e Paraguaçu; Pontal Penas, de São José da Barra a Guapé; Fernandes, de Guapé a Cristais; Águas Verdes, de Carmo do Rio Claro a Campo do Meio; Fama, do município homônimo a Campos Gerais; Mendes, de Campo Belo a Nepomuceno; e Itaci, do distrito de mesmo nome até Carmo do Rio Claro.

Costa afirma que o governo mineiro espera um aprimoramento logístico da região com a concessão das balsas para um único operador. “A gente espera gerar uma renovação da frota, que é antiga, que vai dar mais segurança, confiabilidade, desenvolvimento econômico para a região, reduzindo tarifa e beneficiando produtores rurais, turistas e população em geral”, disse.

Já para a ponte no lago da Usina Mascarenhas de Moraes, a futura concessionária terá até três anos para construir a ponte entre Cássia e Delfinópolis e colocá-la em operação. O empreendimento envolve licenciamento ambiental, desenvolvimento de projeto executivo, construção, operação e manutenção. Haverá cobrança de uma tarifa de pedágio de aproximadamente R$ 15 para veículos leves em pórticos do sistema free-flow.

“Com a ponte, a gente pretende gerar todo um desenvolvimento no Lago de Mascarenhas, aumentar a potencialidade da região para o turismo e agronegócio, transformando a região com novas oportunidades de turismo, desenvolvimento, pretendemos gerar uma revitalização completa da região, que é muito bonita e com muito potencial”, destacou o subsecretário.

Os vencedores dos leilões das PPPs terão um prazo de três meses para assinar os contratos de concessão. Os prazos para execução das obrigações dos contratos se iniciam após a assinatura das concessionárias. Ambas as concessões têm duração de 30 anos.

Lago de Furnas pode ter pontes no futuro a depender da evolução da demanda

O subsecretário da Seinfra destaca que a expectativa da gestão estadual é que a aquisição das novas balsas e construção da ponte sejam realizadas até mesmo antes do que os prazos das concessões preveem, devido ao interesse econômico do setor privado nas operações. Ele explica ainda o porquê de não ter mais projetos para construção de pontes no lugar das travessias no Lago de Furnas.

O estudo de demanda do Estado mostrou, segundo Costa, que somente a ponte entre Cássia e Delfinópolis concentra mais da metade da demanda do trânsito de veículos da região. Mesmo com funcionamento 24h/dia, o ponto é o grande gargalo logístico dos lagos de Furnas e Mascarenhas, com filas constantes. Ainda assim, o subsecretário não descartou a construção de novas pontes sobre o Lago de Furnas no futuro.

“A ponte foi pensada estrategicamente onde existe maior demanda. Nas outras localidades, pelo menos por parte do Estado e nos estudos, ainda não foi constatado uma demanda robusta que, a princípio, justificasse a implementação da ponte, diante dos desafios financeiros do Estado. Mas, ao longo da concessão e da evolução do tráfego, a gente pode reavaliar eventual política pública e reconsiderar eventual solução de travessia”, argumentou Costa.