Preço dos aluguéis residenciais sobe 1,11% em Belo Horizonte

O preço médio dos aluguéis residenciais em Belo Horizonte subiu 1,11% em setembro frente a agosto, fechando o mês a R$ 35,37 por metro quadrado (m²). Essa é a primeira vez, desde abril deste ano, que o Índice FipeZAP+ de Aluguel Residencial da capital mineira supera a barreira de 1% na variação mensal.
A pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com dados baseados em anúncios veiculados nos portais ZAP (VivaReal e Zap Imóveis) revelou que o valor dos aluguéis no município é R$ 6,14 mais barato que a média nacional (R$ 41,51/m²).
Por outro lado, o avanço do indicador em Belo Horizonte superou o crescimento apresentado no índice geral, que ficou em 0,96% no mês. Além disso, a Capital já acumula alta de 12,66% no ano e de 16,05% nos últimos 12 meses.
Os bairros e regiões que mais contribuíram para esse aumento no preço dos aluguéis são: Lourdes (R$ 50,10/m²); Belvedere (R$ 49,10/m²); Savassi (R$ 48,40/m²); Funcionários (R$ 46,20/m²) e Santo Agostinho (R$ 45,30/m²). Vale ressaltar que, entre esses locais, a Savassi foi a única a apresentar queda no acumulado em 12 meses, com variação negativa de 2,5%.
Apesar do avanço no valor médio de locação dos imóveis residenciais, Belo Horizonte possui a quarta taxa anual de lucratividade mais baixa do Índice FipeZAP+ de setembro. O rental yield da capital mineira é de 0,4% ao mês (a.m.) e 4,85% ao ano (a.a.). A cidade só está à frente de Curitiba (4,55% a.a.); Fortaleza (4,49% a.a.) e Niterói (4,47% a.a.). A média do estudo é de 5,6% a.a..
Tendência mundial
O CEO da plataforma AluOK e especialista em assuntos imobiliários, Eduardo Luiz, explica que essa alta de preços dos aluguéis residenciais é um fenômeno mundial, que pode estar ligado a uma mudança de geração. Segundo ele, os mais jovens não querem mais comprar imóvel, e sim, ter acesso a ele.
Luiz diz que existe uma relação em que a oferta de imóveis no regime de locação, na sua grande maioria, está muito menor do que a dos imóveis à venda. Quando há um excesso de demanda, com pouca oferta, isso acaba alimentando a valorização desses imóveis.
“O que está acontecendo aqui em Belo Horizonte é um espelho do que está acontecendo em outras partes do mundo, onde os imóveis que estão em locações estão valorizando muito mais do que os imóveis que estão no regime de venda”, afirma.
Ele relata que as pessoas estão cada vez mais em busca de opções para locação nas suas diversas modalidades. O especialista ainda revela que o modelo tradicional de aluguel residencial, long stay, com contratos de até cinco anos, vem perdendo espaço para outras modalidades, algumas com duração de apenas alguns dias.
“É diferente um aluguel de um imóvel para venda, que ela tem uma destinação específica e que você tem que desembolsar um valor expressivo nessa relação. Então, a locação passa a ser um caminho natural para que o mercado imobiliário fomente novas relações”, completa.
O CEO da plataforma AluOK explica que a falta de estoque somada ao aumento na demanda tem gerado filas de espera em algumas regiões da Capital. “Belo Horizonte tem bairros, hoje, como o Buritis, com fila de espera para um determinado imóvel com cerca de 20 pessoas”, relata.
Para ele, isso mostra o tamanho da diferença entre a oferta e a demanda neste segmento, que é o real motivo para a subida de preços dos aluguéis na capital mineira. “O que a gente vê é que não há uma proporcionalidade no aumento da oferta de produtos e a demanda continua crescendo exponencialmente. Então, isso faz com que o preço se eleve bastante”, reforça.
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