Preço da cesta básica cai pelo 2º mês consecutivo em Belo Horizonte

Após diminuir R$ 18,84, ou 2,5%, na passagem de abril para maio, o preço da cesta básica em Belo Horizonte caiu mais uma vez, alcançando, em junho, R$ 726,63. O valor representa uma queda de R$ 7,13, ou 0,97%, em relação ao mês imediatamente anterior.
Os dados constam na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme o levantamento, dez dos 13 produtos que compõem a cesta ficaram mais baratos no período, enquanto o tomate (5,15%), feijão carioca (2,55%) e farinha de trigo (0,72%) encareceram.
Confira a lista dos produtos que ficaram mais baratos
- batata (-12,62%),
- arroz agulhinha (-4,03%),
- café em pó (-2,76%),
- açúcar cristal (-2,71%),
- banana (-2,08%),
- pão francês (-1,91%),
- leite integral (-1,32%),
- manteiga (-1,11%),
- óleo de soja (-0,96%),
- e carne bovina de primeira (-0,27%).
Entre todas as variações negativas, as da batata e pão francês foram as que pesaram mais para o novo recuo do custo da cesta básica na Capital. O supervisor técnico do Dieese em Minas Gerais, Fernando Duarte, explica que a batata desvalorizou por conta de um aumento da oferta do tubérculo. Sobre o pão francês, ele afirma que não há uma razão específica para a redução, sendo apenas um ajuste de preço em resposta à oferta e demanda.
Além desses produtos, Duarte chama a atenção para a baixa do café, observada em nove das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese-MG. Sinônimo de preço alto, o supervisor ressalta que o café valorizou 94,5% em Belo Horizonte nos últimos doze meses e mais de 50% em todos os locais do levantamento no acumulado deste ano frente a dezembro do ano passado.
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Ele esclarece que o preço médio do café reduziu por reflexo de uma queda na cotação do produto no mercado brasileiro e internacional. Nesse sentido, uma pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), aponta que, em junho, a saca de 60 quilos do café arábica, por exemplo, atingiu o valor mais baixo em sete meses no Brasil.
Custo da cesta básica na Capital subiu no acumulado do ano e nos últimos 12 meses
Ainda que tenha caído em junho, o preço da cesta básica aumentou em Belo Horizonte no acumulado de 2025 frente ao valor de dezembro (R$ 694,77) e no acumulado dos últimos 12 meses, ou seja, em relação a junho de 2024 (R$ 701,55). No primeiro confronto, o valor subiu R$ 31,86, ou 4,6%, enquanto no segundo aumentou R$ 25,08, ou 3,57%.
No acumulado do ano, seis produtos registraram alta, com destaque para tomate (86,79%), café em pó (50,6%) e batata (7,06%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, cinco itens ficaram mais caros, sendo os principais: café em pó (94,53%) e óleo de soja (22%).
O supervisor técnico do Dieese-MG ressalta que o custo da cesta básica em Belo Horizonte ainda está bem elevado, visto que o trabalhador precisou comprometer 51,75% de sua renda – considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social – para adquiri-la no mês passado. Contudo, pondera que na capital mineira e em outras cidades do País, o preço de alguns produtos está subindo menos do que a inflação.
Sobre os próximos meses, Duarte diz que há uma expectativa de que produtos como o café e o arroz venham a baratear mais, porém, é difícil prever se a tendência, de fato, acontecerá. “Temos sinais positivos. Por exemplo, uma oferta de crédito para a safra agrícola bastante forte. Temos produtos que aumentam a área plantada. Mas não podemos categoricamente afirmar que essa dinâmica de queda nos preços vai se sustentar”, pondera.
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