Preços de combustíveis mantém estabilidade em Minas com previsão de aumento nas férias

Os preços médios dos combustíveis em Minas Gerais ficaram estáveis na última semana (8 a 14 de dezembro) se comparados com a semana anterior (1 a 7 de dezembro), conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio do litro do etanol, gasolina comum e gasolina aditivada tiveram redução de apenas R$ 0,01.
O preço médio do GNV se manteve igual de uma semana para outra, sendo revendido a R$ 5,09 o metro cúbico (m³). O óleo diesel e o GLP apresentaram acréscimo de R$ 0,02 cada um.
Enquanto na primeira semana de dezembro o diesel era vendido a preço médio de R$ 5,96/litro e o GLP a R$ 105,94 o botijão de 13 quilos; na segunda semana, os preços variaram para R$ 5,98 e R$ 105,96; respectivamente.
O professor de ciências contábeis da Faculdade Estácio Belo Horizonte, Haroldo Andrade Junior, comenta que a estabilidade está associada à alteração na composição dos preços ao consumidor implantada pela Petrobras em maio do ano passado.
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Desde 2016, a empresa brasileira adotava o Preço de Paridade de Importação (PPI), que, na prática, levava a empresa a acompanhar as cotações internacionais tanto do petróleo quanto do dólar para definir os preços de seus produtos no mercado nacional. Em maio de 2023, a estatal revogou essa fórmula e reduziu os anúncios frequentes de alteração nos preços praticados nas refinarias, refletindo, na avaliação do professor, nesta estabilidade atual.
“Acabou aquela situação que uma semana era um preço, outra semana era outro. Nesses últimos meses, essa mudança contribuiu para a estabilidade”, explica.
Ele avalia ainda que as pequenas variações nos preços dos mais de 300 postos pesquisados no Estado pela ANP são reflexos das distribuições e revendas. “Quem compra mais consegue diluir mais os custos do que quem compra menos, daí as pequenas variações de preços nos postos”, afirma.
Na comparação entre os preços médios dos últimos dados analisados em dezembro pela ANP com os preços de um mês atrás, o óleo diesel e o GLP foram os combustíveis que registraram alta nos preços no Estado.
O preço médio do litro do diesel passou de R$ 5,64 para R$ 5,98, acréscimo de 6%. A alta é atribuída por Andrade Junior à oferta e demanda e à tentativa de equiparar ao preço nacional.
“O preço em Minas estava abaixo da média nacional, então isso pode ser um movimento para ajustar estes custos. Minas também possui a maior malha rodoviária do País, então temos um consumo mais alto, o que pode provocar uma concorrência maior”, completa.
Outro fator apontado é a renovação de frotas a diesel. “O aumento do emplacamento de picapes e caminhões movidos a diesel aumentou. Então, você vai alterando o consumo do diesel comum pelo S10, aumentando também a demanda”.
O GLP foi outro combustível que apresentou alta se comparado com um mês atrás. Em novembro o botijão de 13 quilos estava sendo vendido a R$ 103,70 e na última semana analisada de dezembro (8 a 14 dez) registrou valor médio de R$ 105,94.
O professor atribui esse movimento ao reajuste de 10,5% anunciado pela Petrobras às distribuidoras em novembro. “Em alguns depósitos você até encontra botijões a menos de R$ 100, mas naquela condição do cliente ir buscar”, pontua.
Etanol, gasolina comum e aditivada, apresentaram redução nos preços no período. Em um mês o etanol passou a ser vendido por R$ 4,16 ante aos R$ 4,18 de novembro. A gasolina comum de R$ 6,08 para R$ 6,06 e a aditivada de R$ 6,29 para 6,28.
Período de férias pode encarecer combustíveis nas próximas semanas em Minas Gerais
A alta demanda proporcionada pelo período de festas como Natal e Réveillon e as férias de janeiro aumenta a demanda por combustíveis no final de dezembro e início de janeiro.
Este movimento, na avaliação de Andrade Junior, pode gerar uma leve alta nos preços dos combustíveis em Minas Gerais.
“Muitas pessoas viajam nesse período. Então, a tendência é que os preços aumentem no final do ano no Estado e na capital sofram uma leve redução pelo esvaziamento da cidade”, conclui.
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