Economia

Preço da carne puxa alta do IPCA-15 na RMBH

A inflação registrada na região ficou acima da média nacional (0,34%) e foi o terceiro maior resultado mensal entre todas as áreas pesquisadas
Atualizado em 27 de dezembro de 2024 • 15:56
Preço da carne puxa alta do IPCA-15 na RMBH
Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Impactado principalmente pelo preço das carnes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou avanço de 0,41% em dezembro frente ao mês anterior.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação registrada na região ficou acima da média nacional (0,34%) e foi o terceiro maior resultado mensal entre todas as áreas pesquisadas.

Dentre os nove grupos de produtos e serviços analisados, quatro apresentaram alta no indicador, com destaque para Alimentação e Bebidas, que teve uma variação positiva de 2,05% no período. Em seguida, vieram:

  • Despesas Pessoais (1,42%);
  • Vestuário (0,27%);
  • e Comunicação (0,12%).

O custo no grupo de Transportes ficou estável. Outros quatro grupos registraram deflação na RMBH. São eles:

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  • Habitação (-1,44%);
  • Artigos de residência (-0,20%);
  • Saúde e Cuidados Pessoais (-0,06%);
  • e Educação (-0,05%).

A inflação observada em Alimentação e Bebidas, tradicionalmente um grupo que impulsiona o IPCA-15 para cima, foi influenciada pelo aumento de 9,12% nos preços das carnes e gerou um impacto de 0,27 ponto percentual (p.p.) no índice. O preço da carne de porco subiu 11% e obteve o maior impacto individual do levantamento.

O IBGE também destacou as altas nos preços de:

  • costela (12,64%),
  • alcatra (10,48%),
  • músculo (10,17%),
  • chã de dentro (9,29%),
  • pá (8,75%),
  • patinho (7,96%),
  • acém (7,55%),
  • contrafilé (5,90%)
  • e picanha (4,47%).

Em Transportes, os aumentos no custo do ônibus urbano (3,14%) e transporte por aplicativo (10,54%), foram compensados pela queda no preço da gasolina (-0,87%), o que gerou a estabilidade nos preços do grupo na RMBH.

Ainda no mês de dezembro, o governo federal retornou com o acionamento da bandeira verde na conta de energia, o que resultou em uma redução de 4,59% no custo da energia elétrica residencial. O movimento foi o maior impacto negativo no IPCA-15 e contribuiu para a deflação do grupo Habitação.

Alterações climáticas contribuíram para pressionar IPCA-15

O economista Stefan D’Amato explica os fatores que pressionaram os preços das carnes na região metropolitana. Dentre um conjunto de fatores, as alterações climáticas contribuíram para a subida nos preços das carnes na RMBH, explica.

“Tivemos um período de grandes secas, isso encareceu bastante, principalmente na dificuldade dos pastos para os bois, então aumentaram os custos da alimentação via ração e outros componentes”, disse.

As exportações também puxaram o custo do alimento animal para cima, já que a maioria da produção das carnes brasileiras é exportada.

Ele ressalta que o aumento da renda média da população, impulsionado por um baixo desemprego, aumentou o consumo e também contribui para a alta no IPCA-15. “Além do mais, estamos no final do ano, a maioria da renda das pessoas vai ser investida nos períodos de festa. Vai ter um aumento no consumo de alimentos e bebidas nesse final de ano”, analisa.

O economista aponta que é esperada a continuidade da pressão inflacionária nos preços das carnes, em virtude da redução da oferta após um período de grande abate no ciclo pecuário.

IPCA-15 da RMBH fica acima da média nacional

O IBGE também indicou que a RMBH apresentou variação positiva de 6,2% no acumulado do ano, a maior variação do IPCA-15 entre todas as áreas pesquisadas. O resultado está bem acima da média do País: 4,71% em 2024.

Os destaques foram as elevações nos grupos de Alimentação e Bebidas (9,13%), Educação (7,03%), Despesas Pessoais (6,28%) e Habitação (6,07%). Nenhum grupo apresentou deflação no período.

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