Preço de aluguel residencial em Belo Horizonte tem aumento acima da média nacional

O preço do aluguel residencial em Belo Horizonte subiu 1,72% no mês de fevereiro, aumento superior à média nacional, que registrou elevação de 1,07%. Os dados são do Índice FipeZap de Locação Residencial. Nos dois primeiros meses de 2025, o preço dos aluguéis subiu 2,83% em Belo Horizonte. No acumulado dos últimos 12 meses, a elevação foi de 15,06% na Capital.
A elevação de 1,07% no aluguel residencial na média nacional em fevereiro de 2025 representou uma nova aceleração em relação às variações de dezembro (+0,93%) e janeiro (+0,96%). No mesmo período, a inflação medida pelo IPCA/IBGE alcançou 1,31%, e o IGP-M/FGV, usado para calcular o reajuste dos aluguéis, 1,06%.
“Podemos atribuir o crescimento dos aluguéis ao desempenho do mercado de trabalho. Os dados da Pnad Contínua do IBGE mostram que houve um aumento da força de trabalho, do número de pessoas ocupadas e da massa salarial. Isso significa que há mais pessoas com renda e capacidade de absorver os repasses de preço pedidos pelos proprietários”, explica a economista do DataZAP Paula Reis.
Entre os tipos de imóveis, as unidades que possuíam quatro ou mais dormitórios apresentaram uma valorização relativamente mais acentuada do aluguel (+1,58%), contrastando com o incremento menos expressivo entre aquelas com um dormitório (+1,02%).
Variação é válida para novas locações
Os preços considerados se referem a anúncios para novos aluguéis. O Índice FipeZAP de Locação Residencial não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Como resultado, o índice capta de forma mais dinâmica a evolução da oferta e da demanda por moradia ao longo do tempo.
Considerando as 36 cidades monitoradas em todo o País, 35 apresentaram valorização do preço do aluguel, incluindo 21 das 22 capitais que integram a lista. Apenas em Brasília os preços recuaram 1,73% no período. Belo Horizonte ficou em sétimo lugar dentre as capitais em que o aluguel mais valorizou, conforme a lista abaixo:
- Aracaju (+4,42%);
- Manaus (+3,49%);
- Salvador (+2,82%);
- João Pessoa (+2,54%);
- Belém (+2,34%);
- Maceió (+2,29%);
- Belo Horizonte (+1,72%);
- Teresina (+1,61%);
- Natal (+1,55%);
- Cuiabá (+1,37%);
- Rio de Janeiro (+1,32%);
- Fortaleza (+1,21%);
- São Paulo (+1,20%);
- Goiânia (+1,15%);
- Campo Grande (+1,15%);
- Florianópolis (+1,10%);
- Recife (+1,07%);
- São Luís (+0,94%);
- Curitiba (+0,80%);
- Vitória (+0,62%);
- Porto Alegre (+0,40%).
Preço médio do aluguel
Apesar de o aumento do aluguel da Capital ter ficado acima da média nacional em fevereiro, no que diz respeito ao preço médio do metro quadrado, a locação residencial Belo Horizonte fica atrás da média do do País. Com base em dados de anúncios de apartamentos prontos nas 36 cidades monitoradas pela pesquisa, o preço médio por m2 foi de R$ 47,47. Já em BH, o preço médio do aluguel foi de R$ 44,37/m².
Os maiores valores foram observados no aluguel de imóveis com um dormitório (R$ 63,54/m²) e os menores entre unidades que contavam com três dormitórios (R$ 40,56/m²). Comparando-se os resultados nas 22 capitais, São Paulo (SP) apresentou o preço médio mais elevado (R$ 59,19/m²). Belo Horizonte aparece no 12º lugar nesta lista.
Expectativa para 2025
De acordo com a economista Paula Reis, a valorização no preço do aluguel deve se manter em 2025. Ela explica que, desde o início de 2023, observam-se reajustes decrescentes dos aluguéis. A desaceleração acontece porque as perdas do período pandêmico já foram recuperadas e, com o controle da inflação, o espaço para repasses ficou menor.
“Prevemos que essa desaceleração seja atenuada ou até revertida por dois motivos. O primeiro é o bom desempenho previsto para o mercado de trabalho de 2025, que deve registrar taxas de desemprego abaixo de 7% ao longo do ano, de acordo com as previsões compiladas pelo Boletim Focus do Banco Central”, conta Reis.
O outro motivo para o aumento no preço do aluguel pelo País está associado ao mercado de vendas menos aquecido por conta do aumento de juros e dificuldades no crédito.
“O segundo motivo diz respeito à performance do mercado de vendas, que deve desaquecer devido à elevação do custo de crédito associado ao aumento da Selic e da redução dos recursos da poupança. Essa situação pode impulsionar o mercado de locação, já que muitas famílias, ao adiarem a compra de imóveis, podem optar pelo aluguel”, ressalta a economista.
Ouça a rádio de Minas