Preço de venda de imóveis na Capital cresce 4,47% em 2020

Em meio à pandemia da Covid-19, que atingiu praticamente todo o ano de 2020, o preço de venda de imóveis residenciais em Belo Horizonte apresentou um aumento de 4,47% no acumulado do ano passado. Esse valor é maior do que o que foi registrado nacionalmente (3,7%).
Já na comparação entre dezembro e novembro, o avanço na capital mineira foi de 0,23%, menor do que a média nacional (0,47%). Os dados são do Índice FipeZap de Venda Residencial, divulgado pela Fipe e o Zap+.
De acordo com o coordenador do FipeZap, Eduardo Zylberstajn, um dos motivos que ajudam a explicar esse movimento dos preços é justamente a reconexão que as pessoas tiveram com seus próprios lares. Além disso, os juros mais baixos também têm contribuído para o fomento do setor.
“Os resultados mostram uma tendência de aumento no preço dos imóveis em Belo Horizonte, que se observa também em outras cidades do País. Apesar de a pandemia ter aumentado muito a incerteza com a economia em geral, o mercado imobiliário se mostrou resiliente e surpreendeu na sua recuperação no segundo semestre. Os juros baixos e a reconexão que as pessoas tiveram com seus domicílios ajudam a compreender esse movimento”, diz ele.
Os dados do FipeZap também mostram que o preço médio de venda dos imóveis residenciais na capital mineira foi de R$ 6.908/m² em dezembro, enquanto a média no País atingiu R$ 7.487/m².
Nesse cenário, o bairro mais valorizado para venda de imóveis residenciais no mês passado em Belo Horizonte foi a Savassi (R$ 12.700/m²). O bairro é seguido por Santo Agostinho (R$ 11.510/m²), Funcionários (R$ 11.386/m²), Lourdes (R$ 10.617/m²) e Boa Viagem (R$ 10.519/m²).
Já os bairros com a menor média de preços para a venda de imóveis residenciais em dezembro do ano passado foram Solar do Barreiro (R$ 2.538/m²), Conjunto Califórnia II (R$ 2.511/m²), Flávio de Oliveira (R$ 2.372/m²), João Paulo II (R$ 2.253/m²) e Ribeiro de Abreu (R$ 2.232/m²).
Ano novo
Apesar de todos os avanços vividos em 2020, o cenário para 2021 ainda é incerto, conforme pontua Zylberstajn. Por um lado, os juros permanecem baixos. Além disso, as pessoas ainda são incentivadas ao distanciamento social, por conta da pandemia da Covid-19, o que impacta o relacionamento com as residências.
No entanto, por outro lado, existem preocupações em relação ao fim do auxílio emergencial, medida do governo federal para as pessoas de menor ou de nenhuma renda, o que poderá impactar a economia negativamente.
“Por enquanto, temos em 2021 mais do mesmo: muita incerteza, mas juros atrativos e a continuidade do isolamento social, que continua contribuindo para as pessoas fazerem novos planos envolvendo a moradia. O fim do auxílio emergencial é um ponto adicional de risco, porque o desemprego pode começar a afetar mais fortemente o consumo e prejudicar o dinamismo da economia”, afirma o coordenador do FipeZap.
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