Economia

Preço do aço não deve ser reajustado em fevereiro, prevê Inda

Queda nas vendas em dezembro foi maior do que o esperado
Preço do aço não deve ser reajustado em fevereiro, prevê Inda
Crédito: Freepik

As usinas siderúrgicas brasileiras não devem conseguir aumentar o preço do aço plano em fevereiro como fizeram em janeiro, conforme informou, nesta quinta-feira (23), o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Jorge Loureiro.

Ele afirma que os reajustes aplicados em janeiro variaram de 5 % a 8% e foram puxados pela valorização do dólar. Porém, com o recuo da cotação da moeda em janeiro, as usinas terão dificuldade de repetir a prática no próximo mês.

“Com a queda do dólar neste começo de ano, vejo uma certa dificuldade das usinas colocarem novo aumento em fevereiro. Alguma coisa está sendo falada, mas sem muita força”, disse Loureiro.

Com relação ao crescimento previsto para 2025, o Inda manteve o índice de apenas 1,5%, menor do que o anunciado pelas usinas de aço, que foi de 3,5% a 4%.

Os impactos da importação, de acordo com o presidente, continuam reduzindo a participação das usinas nacionais no mercado interno e o setor vive um momento ruim. “Vamos reavaliar esse crescimento em abril, mas definitivamente não estamos em uma fase boa em termos de mercado. Não adianta a gente tapar o sol com a peneira, infelizmente é a nossa realidade”, afirmou.

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De acordo com os números levantados pelo Instituto, as importações de aços planos cresceram 7,8% em 2024, com relação ao ano anterior. O maior problema, de acordo com Carlos Loureiro, continua sendo a China. O país do oriente asiático é acusado de praticar dumping, que é a venda de produtos por valores abaixo do custo. Em função disso, os chineses acabam representando 84,6% das importações totais de planos do País. 

Importações caem em dezembro, mas ainda são problema

Apesar de no acumulado do ano as importações terem crescido, em dezembro elas registraram queda de 40,1% em relação a novembro, com volume total de 123,5 mil toneladas contra 206,1 mil. Comparado ao mesmo mês do ano anterior (276,9 mil toneladas), as importações registraram queda ainda maior, de 55,4%.

Na avaliação de Loureiro, a redução registrada nas importações pode dar a falsa impressão que o sistema de limitações impostas pelas cotas pelo governo federal está funcionando. Mas de acordo com ele, “não é verdade”.  Ele explica que o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, que é o porto principal de entrada de material importado, não permitiu atracação para o desembarque de materiais siderúrgicos por indisponibilidade de espaço nos armazéns.

A diminuição da nacionalização foi provocada, conforme o presidente do Inda, pelas férias coletivas maiores que o normal neste ano e pelo dólar alto que leva o importador a tentar adiar o máximo possível a nacionalização do produto.

Recuo nas vendas do aço em dezembro foi maior que o esperado

As vendas de aços planos em dezembro contabilizaram queda de 16% quando comparadas a novembro, atingindo o montante de 249,4 mil toneladas, contra 296,8 mil.

“Essa queda fez com que, nas vendas no acumulado do ano, o setor crescesse apenas 1,15%, bem abaixo do que acreditávamos, que era um crescimento de 3%”, afirmou Loureiro.

Já nas compras houve alta de 2,9% em relação a novembro, puxadas, provavelmente, pelo anúncio de aumento dos preços em janeiro. “As empresas, provavelmente tentaram garantir materiais ainda com preço antigo”.

Previsão de vendas em janeiro é ruim

As vendas diárias em dezembro registraram o melhor resultado de dezembro dos últimos 10 anos ao registrar média de 13,9 mil toneladas/dia. Entretanto, a perspectiva para o fechamento de janeiro é ruim, apenas 15% de crescimento. 

“Se mantermos esse índice, ele elevaria nossa produção para 268 mil toneladas, fazendo termos uma queda de 13% em relação a janeiro do ano passado. Então, se confirmada essa projeção, começaremos o ano de maneira muito ruim”, projetou o presidente do Inda.

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