Economia

Preço do petróleo subirá ainda mais, diz ministro

Preço do petróleo subirá ainda mais, diz ministro
Crédito: REUTERS/Nick Oxford

Brasília – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ontem que o preço do petróleo deve subir mais com a chegada do inverno no Hemisfério Norte e o consequente aumento do consumo. Em audiência pública das comissões de Infraestrutura e Temporária para discutir as causas da crise energética no Senado, ele justificou a alta de preços dos combustíveis em 2021. “Por que houve aumento? Principalmente pela alta do petróleo, 60% só em 2021, e com tendência, com a chegada do inverno no Hemisfério Norte, de subir um pouco mais”, declarou Albuquerque.

Aos senadores, Albuquerque destacou que, embora a produção de petróleo no Brasil tenha aumentado em 2021, no restante do mundo, ela diminuiu, o que teria gerado uma crise de oferta e demanda. Ao citar o preço do barril de petróleo, outro fator destacado pelo ministro para a alta da gasolina e do diesel foi a desvalorização do real em comparação ao dólar.

“O preço saiu de US$ 66, em janeiro de 2020, e o valor subiu, hoje está em US$ 84. E se formos ver a desvalorização cambial, o dólar saiu de R$ 4 em janeiro de 2020 e hoje está em R$ 5,55. Isso tudo leva a aumento nos preços dos combustíveis”.

Albuquerque defendeu a atual política de preços e negou interferência do governo federal neste setor da Petrobras. Ele lembrou que, sendo uma empresa pública de economia mista, a estatal não pode sofrer interferência do governo na fixação dos preços dos combustíveis.

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Sem dar detalhes da proposta nem de quando será oficialmente apresentada, Bento Albuquerque, adiantou aos senadores que o governo estuda criar um “colchão tributário” e uma reserva estabilizadora de preços para conter a alta nos preços. Uma proposta nos mesmos moldes já havia sido sugerida pelo Fórum de Governadores ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

Ainda segundo Bento Albuquerque, a redução de tributos para resolver o problema dependerá de compensações. “Alguns tributos já foram reduzidos, outros estão em análise, tem que haver compensação. O colchão tributário, que é uma medida que pode permitir, ao longo do tempo, que essas variações dos preços do petróleo e também dos combustíveis sejam compensadas de alguma forma. E uma reserva estabilizadora de preço, que seria uma reserva de capital que pudesse ser aplicada quando houvesse uma volatilidade muito grande”, resumiu o ministro.

Energia O ministro também foi cobrado a falar sobre o alto custo da energia elétrica no país. As tarifas, ressaltaram os senadores, pressionam a inflação e prejudicam principalmente as famílias de baixa renda, além de atrapalharem a retomada econômica do Brasil no pós-pandemia.

O relator da comissão temporária, senador José Aníbal (PSDB-SP), destacou que há um sentimento comum de que houve falhas do governo no planejamento do setor, resultando numa situação de emergência, com forte impacto na vida das pessoas. “No orçamento doméstico, a conta de luz pesa muito e a inadimplência é grande. Quando as distribuidoras cortam a energia, não o fazem com satisfação. Fazem porque é preciso fazer. Há uma coisa pujante em certas áreas: o brasileiro não ter energia em casa. O custo é elevado, apesar de contarmos com uma matriz limpa”, observou.

Em resposta, Bento Albuquerque disse que o preço da energia aumentou no mundo todo e, nos últimos meses, o país tem enfrentado a pior estiagem dos últimos 91 anos, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Apesar do quadro adverso, o ministro disse que as medidas tomadas pelo governo desde outubro do ano passado permitem garantir que não haverá racionamento nem apagões em 2022.

Braskem tem resultado positivo

São Paulo – A petroquímica Braskem passou de prejuízo para lucro no terceiro trimestre, após ter vendido maiores volumes e a preços maiores, tanto no Brasil quanto no exterior. A companhia anunciou ontem que teve lucro líquido de R$ 3,54 bilhões no terceiro trimestre, ante prejuízo de R$ 1,41 bilhão em igual etapa de 2020.

O lucro foi impulsionado por um salto de 77% da receita líquida ano a ano, para R$ 28,3 bilhões, refletindo aumento dos volumes e dos spreads praticados.

O resultado operacional recorrente de R$ 7,67 bilhõe, um salto de 109% ano a ano, refletiu maiores spreads de seus principais químicos no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e no México, além dos maiores volumes de vendas, em função da retomada da demanda após impacto do Covid-19.

Na medição sequencial, porém, o resultado operacional teve queda de 18%, num desempenho contrário ao de um ano antes. Não ficou imediatamente claro se o desempenho operacional do terceiro trimestre é comparável com o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) previsto pela média de analistas da Refinitiv para o período, de R$ 8,32 bilhões. (Reuters)

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