Preço dos aluguéis tem alta acima da inflação em BH

Depois de ter voltado a crescer abaixo da inflação em 2019, o preço dos aluguéis residenciais em Belo Horizonte superou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano passado. Em 2020, os custos para locação dos imóveis na capital mineira aumentaram 6,24% sobre o exercício anterior, enquanto a inflação encerrou com aumento de 4,52% no mesmo tipo de comparação.
A tendência é de que 2021 seja marcado por reajustes e renegociações, uma vez que, em Minas Gerais, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) é o principal indicador utilizado para calcular o reajuste do aluguel e, em 2020, teve a maior alta desde 2002. No fechamento de 2020, o índice ficou em 23,14%.
“A alta variação do IGP-M em 2020 tem muito a ver com o movimento do câmbio. E como a elevação do índice vai levar muitos contratos a serem reajustados, é possível que haja uma rotatividade maior, uma vez que parte dos inquilinos que não conseguirem renegociar o valor do aluguel acabará optando por buscar novos imóveis”, explicou o coordenador do Índice FipeZap da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn.
O reajuste apurado em Belo Horizonte em 2020 foi o maior da série histórica do índice, iniciado na capital mineira em 2016. Entre as capitais monitoradas, o aumento só foi menor do que o registrado em Goiânia (8,87%). Já a média nacional foi de 2,48%, abaixo da inflação de 4,52%.
Zylberstajn lembrou que o mercado imobiliário viveu um ano atípico em 2020, mas que, “principalmente no segundo semestre, houve aceleração no aumento dos preços, impulsionado pelos juros baixos e pela busca das famílias por novas opções de moradia”.
Conforme o índice, além de Belo Horizonte, destacaram-se com aumento dos preços de aluguéis residenciais acima do IPCA em 2020 Goiânia (8,87%), Recife (5%), Salvador (4,96%) e Brasília (4,91%).
Detalhamento – Quanto ao preço médio do metro quadrado cobrado em cada cidade, a capital mineira apareceu em décimo terceiro lugar no levantamento, com R$ 23,54. Em primeiro lugar, veio São Paulo com R$ 40,06, em seguida, Barueri com R$ 37,65, Santos (R$ 34,38) e Brasília (R$ 32,16).
Já em relação à rentabilidade do negócio de locação de imóveis residenciais, o estudo mostrou que a Capital fechou 2020 em 3,96%. Neste caso, o maior rendimento ficou com Santos: 7,4%.
A valorização por bairro ficou assim estabelecida: Savassi (R$ 38,82), Boa Viagem (R$ 30,46), Funcionários (R$ 28,16), Santo Agostinho (R$ 28,12) e Sion (R$ 27,85).
Na outra ponta, os menores valores por metro quadrado foram observados em: Jaqueline (R$ 11,68), Céu Azul (R$ 12,83), Jardim Leblon (R$ 12,99), Tirol (R$ 13,06) e Camargos (R$ 13,42).
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