Economia

Preço dos imóveis em BH dispara: alta de 13,47% em um ano supera inflação

Bairros como Savassi e Lourdes puxaram o preço médio para o alto; capital mineira teve alta maior que São Paulo e Rio de Janeiro
Preço dos imóveis em BH dispara: alta de 13,47% em um ano supera inflação
Foto: Reprodução Adobe Stock

O mercado imobiliário de Belo Horizonte segue em forte valorização. De acordo com o Índice FipeZAP de setembro de 2025, os preços de venda dos imóveis residenciais na capital mineira subiram 1,11% no mês e já acumulam alta de 10,07% no ano. No recorte de 12 meses, o avanço chega a 13,47%, bem acima da inflação ao consumidor no período (+5,17%).

O levantamento mostra que o preço médio do metro quadrado em Belo Horizonte atingiu R$ 10.456, colocando a cidade entre as capitais mais caras do País para compra de imóveis, atrás apenas de Vitória, Florianópolis, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro.

Segundo a economista do Grupo OLX, Paula Reis, esse crescimento acima da média nacional e da inflação em Belo Horizonte ocorre desde meados de 2022.

Bairros mais valorizados de BH

A pesquisa mostra que regiões tradicionais da Capital puxaram os preços para cima. Na Savassi, o metro quadrado chegou a R$ 17.519, seguido por Santo Agostinho (R$ 15.904), Lourdes (R$ 15.605) e Funcionários (R$ 14.978). Já bairros como Buritis (R$ 9.259) e Santo Antônio (R$ 10.447) registraram valores menores, mas ainda em patamares elevados.

Veja o preço médio do m² por bairro em BH em setembro de 2025:

  • Savassi – R$ 17.519/m²
  • Santo Agostinho – R$ 15.904/m²
  • Lourdes – R$ 15.605/m²
  • Funcionários – R$ 14.978/m²
  • Cidade Nova – R$ 11.602/m²
  • Santo Antônio – R$ 10.447/m²
  • Anchieta – R$ 10.261/m²
  • Buritis – R$ 9.259/m²

Paula Reis destaca que os bairros que mais crescem em BH estão no vetor sudoeste da cidade. “Esses bairros ficam a sudoeste do Centro e da Savassi, como Nova Granada, São Bento, Estoril e Santa Lúcia, todos com alta acima de 24%”, afirmou.

A economista explica que a valorização em Belo Horizonte ocorre apesar do cenário de juros mais altos. “Até setembro, Belo Horizonte acumula alta de 10,07% em 2025, uma das maiores entre as capitais brasileiras, o que mostra que o mercado de compra e venda de imóveis residenciais ainda está aquecido. Apesar de os juros do financiamento imobiliário estarem 1 ponto percentual acima da taxa do ano passado, os bairros citados têm ótima infraestrutura urbana e preços abaixo da média da cidade”, destacou.

BH acima da média nacional

Enquanto o índice geral das 56 cidades monitoradas pelo FipeZAP teve alta de 0,57% em setembro e acumula valorização de 6,89% em 12 meses, Belo Horizonte ficou bem acima da média, consolidando-se como um dos mercados mais aquecidos do País.

Para efeito de comparação, capitais como São Paulo (+5,07% em 12 meses) e Rio de Janeiro (+4,82%) registraram variações bem menores que a capital mineira.

Tendência de valorização dos imóveis

Os números refletem a procura aquecida por imóveis em Belo Horizonte e reforçam a percepção de que o setor imobiliário continua sendo um dos principais motores da economia da cidade.

No entanto, a economista avalia que há sinais de moderação no horizonte. “Desde maio de 2025, a taxa acumulada em 12 meses tem desacelerado, em linha com o cenário macroeconômico de escassez de recursos da poupança e juros elevados. Essa desaceleração deve persistir até o fim do ano. Se o ciclo de cortes da Selic começar em janeiro, como previsto pelo Focus, essa tendência pode perder força no segundo trimestre de 2026”, ressaltou.

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