Preço médio da gasolina nos postos do Brasil ultrapassa a marca de R$ 5

Rio – O preço médio da gasolina nos postos do Brasil ultrapassou a marca de R$ 5 por litro na primeira quinzena de fevereiro, em meio a um avanço das cotações do petróleo no exterior, apontou ontem pesquisa da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.
Na primeira metade deste mês, o valor do litro da gasolina nas bombas cresceu 4,08% ante a média registrada em janeiro, para R$ 5,04 por litro, o maior patamar da série história da ValeCard, que tem início em junho de 2019 e não considera a inflação.
Foi a oitava alta consecutiva do combustível, segundo a ValeCard.
O cenário de preços em alta nos postos vem com o impulso de reajustes realizados pela Petrobras nas refinarias do País, que têm como referência preços internacionais do petróleo, além do câmbio.
A petroleira elevou por três vezes o preço do combustível neste ano, sendo duas vezes em janeiro (em 7,6% e 5%, respectivamente) e uma em fevereiro (8%).
Na primeira quinzena deste mês, São Paulo foi o estado com o menor valor médio da gasolina, de R$ 4,63 por litro. Já o Acre registrou o litro mais caro, a R$ 5,48.
A maior alta de preços na quinzena ocorreu no Amazonas (5,74%) e a menor na Paraíba (2,7%). Todos os estados tiveram aumento no valor médio do litro do combustível.
Entre as capitais, Curitiba registrou a menor média de preço na quinzena (R$ 4,597 por litro), enquanto o Rio de Janeiro teve o valor mais elevado (R$ 5,335 por litro).
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em seu mais recente levantamento de preços, apontou alta de 1,34% da gasolina em postos do País na semana passada, para uma média de R$ 4,833 o litro nas bombas.
Foi a oitava semana consecutiva de ganhos no preço da gasolina, segundo a agência reguladora, cuja série histórica nunca registrou valores médios acima de R$ 5 por litro para o combustível, mesmo sem considerar a inflação.
Medidas – Em meio a esse cenário de preços, o governo vem estudando uma forma de reduzir a exposição do mercado brasileiro à volatilidade das cotações internacionais, mas ao mesmo tempo sem impor medidas que possam abalar a independência e o balanço financeiro da Petrobras, que detém atualmente quase 100% da capacidade de refino do País.
Na sexta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso um projeto de lei que propõe alterar a cobrança do ICMS sobre combustíveis, com o objetivo de estabelecer uma alíquota de imposto uniforme e específica, reduzindo a volatilidade e aumentando a previsibilidade.
A medida veio diante de ameaças de uma nova greve de caminhoneiros, com a categoria pressionando o governo federal devido aos altos valores do diesel, combustível mais consumido do Brasil.
O levantamento da ValeCard é feito por meio do registro das transações realizadas com o cartão de abastecimento da companhia, em cerca de 25 mil estabelecimentos credenciados.
Diesel – Em outra pesquisa, o Índice de Preços Ticket Log (IPTL) apontou uma alta de 2,09% no preço do diesel na primeira quinzena de fevereiro quando na comparação com janeiro, para R$ 4,012 por litro.
Já o diesel S-10 avançou 2,02% em relação a janeiro, para R$ 4,068.
Com o movimento, o valor do litro do diesel supera agora os níveis vistos durante todo o ano de 2020, acrescentou a Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil.
“Essa média é influenciada, especialmente, pelos valores registrados nas Regiões Norte e Centro-Oeste. No Nordeste e no Sudeste, o mesmo deve ocorrer em breve se os preços continuarem aumentando”, disse em nota o chefe de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.
Em todos os estados e regiões, houve aumento do diesel no período estudado. (Reuters)
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