Preço médio do frete sobe em junho, mas fecha semestre com redução de 0,8%

O preço médio do frete por quilômetro rodado no País teve alta de 1,77% em junho, mas fechou o semestre com redução de 0,8%, foi o que apontou a última análise do Índice de Frete Edenred Repom (IFR). O valor registrado em junho, de R$ 6,31, foi o segundo mais alto do semestre, atrás apenas da média de janeiro, quando o quilômetro rodado ficou em R$ 6,36. Em Minas Gerais, a média pode variar entre R$ 6 e R$ 15, dependendo do tipo de carga e do veículo utilizado.
A pesquisa revelou ainda que, apesar da estabilidade no preço do diesel em junho – que segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), teve altas de 0,2% e 0,3% nos tipos comum e S-10, respectivamente, ante o mês anterior -, o valor médio do frete passou de R$ 6,20 para R$ 6,31, o maior valor desde o registrado em janeiro deste ano.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Adalcir Lopes, Minas Gerais se manteve nessa média nos valores de frete, entretanto, segundo apontou ele, os preços podem sofrer alguma diferença por conta de fatores como especificidade da carga, tipo de caminhão a ser utilizado e como retorna o veículo, com ou sem carga. Ainda assim, os valores do quilômetro rodado podem variar entre R$ 6 e R$ 15.
“Minas Gerais é considerada o trevo do País, por onde passa todo tipo de carga. Sem contar que é um estado no qual tem o setor de agronegócio e a mineração muito fortes. Porém, devido ao cenário de preços mais baixos dos minérios no mercado internacional, menos minério tem sido transportado e, com os produtores de soja e milho esperando preços melhores para comercializar sua produção, o setor de transportes vem encontrando uma demanda reduzida nos últimos meses e ainda estamos trabalhando com valores defasados”, destacou.
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Além desses fatores, o dirigente explicou que o segmento também vem sofrendo com os aumentos de custos e com a falta de mão de obra no mercado. “Como se não bastasse, o desespero por parte de algumas empresas, ao oferecer descontos muito grandes para conseguir o frete, acaba prejudicando as outras empresas do setor. Com isso, o impacto acaba sendo maior na categoria”, salientou o dirigente.
Na análise semestral, o IFR mostrou uma queda de 0,8% no preço do frete, que em janeiro foi de R$ 6,36 e teve em abril o mês com o menor valor, a R$ 6,17. Para os próximos meses, a expectativa, segundo o Diretor da Edenred Repom, Vinicios Fernandes, é de estabilidade, apesar do recente anúncio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de uma atualização dos coeficientes dos pisos mínimos de frete do transporte rodoviário de carga em mais de 1%.
“Não descartamos a possibilidade de um viés de alta no preço do frete, motivada pelo comportamento do preço do diesel, que corresponde a cerca de 40% do custo do frete. Na primeira quinzena de julho, o preço do diesel foi influenciado pela oscilação do dólar e pelo encarecimento do biodiesel. Vale lembrar que o combustível não tem seus preços reajustados pela Petrobras a distribuidoras desde agosto do ano passado”, apontou Fernandes.
O IFR é um índice do preço médio do frete e sua composição, levantado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Edenred Repom.
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