Economia

Preço do frete em Minas sobe 2,7% em 2023

O valor do frete cobrado no Estado é mais de um real acima da média nacional, que recuou 3,77% na comparação com agosto
Preço do frete em Minas sobe 2,7% em 2023
Algumas variáveis de oferta, demanda e sazonalidade contribuíram para a queda no preço do frete no País | Crédito: Alisson J. Silva / Arquivo / Diário do Comércio

O valor médio do frete de Minas Gerais fechou o mês de setembro a R$ 7,92 por quilômetro rodado. De acordo com dados do Índice de Frete Edenred Repom (IFR), a variação anual no Estado foi de 2,7%. O estudo, realizado pela Edenred Repom, revela que o preço praticado em Minas é R$ 1,02/km mais caro do que a média nacional.

O preço médio do frete por quilômetro rodado no Brasil recuou em setembro, na comparação com o mês anterior, e ficou abaixo de R$ 7 pela primeira vez no ano. De acordo com o levantamento, o valor nacional encerrou o sétimo mês do ano a R$ 6,90/km em média, 3,77% abaixo do registrado em agosto.

De acordo com o diretor da Edenred Repom, Vinicios Fernandes, essa redução no preço médio do frete no País foi causada por algumas variáveis de oferta, demanda e sazonalidade. Esses fatores contribuíram para amenizar o impacto do recente aumento do preço diesel e da tabela do frete no final de agosto.

“Com esse resultado, se mantém a queda que vem sendo registrada desde o mês de junho e foi a primeira vez no ano que o valor do frete ficou abaixo de R$ 7 por quilômetro rodado na média geral do Brasil”, destaca.

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Frete estadual x frete nacional

O economista e colunista do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Guilherme Almeida, acredita que essa disparidade nos preços do frete pode ser explicada por algumas particularidades do setor, como o preço da tabela no Estado. Outros fatores apontados por ele são: a alta demanda do escoamento de produção, principalmente de safras agrícolas; e a baixa oferta de veículos.

“Isso já ocorreu em outras ocasiões. Em dezembro ou novembro do ano passado, ocorreu a mesma coisa aqui em Minas Gerais. Nós tivemos um aumento no frete e isso foi proporcionado por esse desequilíbrio. Nós tivemos um aumento no número de pedidos de escoamento de produção, mas o número de veículos não acompanhou”, relembra. Almeida reforça que isso poderia ser uma das causas para esse frete mais encarecido no Estado.

Ele também destaca os dados ligados à rodagem, que apontam para um crescimento no fluxo de veículos pesados nas estradas mineiras, em decorrência do escoamento de produção.

“Então, pode ter relação com isso. Se a gente fosse analisar o preço de combustível, por exemplo, era para ser o contrário, dado que Minas Gerais tem um crescimento menor no diesel do que a média nacional, segundo os dados do próprio IBGE. Portanto, eu acredito que seja muito em decorrência desse desequilíbrio, alta demanda e baixa oferta de veículos, mas também acredito que pode ter alguma particularidade na tabela de Minas Gerais”, conclui.

Já o economista Pedro Pettersen levantou duas hipóteses que poderiam explicar essa diferença de preços entre a média estadual e a nacional. A primeira está ligada à questão de regulamentação e a forma como o transporte de frete é regulamentado em Minas.

A segunda hipótese seria a diferença dos custos operacionais do setor no Estado, em relação ao restante do País. “Se os custos são maiores e um deles – no caso, o petróleo – tem um preço médio nacional semelhante, então, o custo principal vai ser o de trafegar nas rodovias mineiras”, aponta.

Ele lembra que Minas possui a maior malha rodoviária do Brasil e ressalta a má qualidade das estradas que atravessam o Estado. Para Pettersen, elas não estão aptas ao tráfico competitivo e a situação dessas estradas pode ter sua parcela de contribuição no encarecimento do frete.

Essa hipótese concorda com o que foi dito pelo presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Sérgio Luiz Pedrosa, em uma entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO. Segundo ele, a situação das estradas mineiras prejudica as empresas do setor de transportes e também a sociedade, pois gera um aumento nos custos, além de colocar em risco a segurança dos motoristas.

Além disso, Pedrosa explica que condições como estas podem aumentar o tempo de viagem, elevando também o consumo de óleo diesel e dos pneus e, por consequência, gerando mais gastos para as empresas.

Sobre o IFR

O IFR é um índice do preço médio do frete e sua composição, levantado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Edenred Repom, uma marca da Edenred Mobilidade, linha de negócios da Edenred Brasil.

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