Economia

Preço de venda de imóveis comerciais desacelera em setembro na Capital

Valor médio ficou em R$ 6.269 por metro quadrado - o menor entre as 10 cidades brasileiras levantadas pelo estudo
Preço de venda de imóveis comerciais desacelera em setembro na Capital
Foto: Reprodução/Adobe Stock

O preço médio para a venda de imóveis comerciais variou -0,07% em Belo Horizonte em setembro, e ficou em R$ 6.269 por metro quadrado (m²) – a menor entre as dez cidades brasileiras pesquisadas. Em agosto, a taxa média havia registrado alta de 0,03%. Os dados são do Índice FipeZap de Venda e Locação Comercial, divulgado nesta terça-feira (28).

O índice acompanha os preços de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² em dez municípios: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Salvador, Campinas e Niterói, com base em anúncios virtuais.

Em 2025, o Índice FipeZap para a venda de imóveis comerciais acumula alta de 1,22% na Capital. Já nos últimos 12 meses (de setembro de 2024 a setembro de 2025), a taxa média registra queda, de -0,94%. Enquanto Belo Horizonte tem o menor preço médio para a venda de imóveis comerciais no Brasil, com valor de R$ 6.269/m², São Paulo capital tem a maior, com R$ 10.391/m².

“O comportamento de preços em Belo Horizonte reflete as especificidades do mercado local: embora os níveis médios de venda e de locação sejam inferiores aos de outras capitais, a trajetória recente é positiva. Esse movimento é consistente com o melhor desempenho do comércio e do mercado de trabalho na região, que sustenta a demanda por espaços e dá suporte aos preços, sem indicar desvalorização estrutural”, declarou a gerente de inteligência de mercado do Grupo OLX, Taiane Martins.

“Comparativamente, o IPCA/IBGE apurou um aumento médio de 0,48% nos preços ao consumidor, ao passo que o IGP-M/FGV indicou um avanço de 0,42% nos preços da economia brasileira”, informou o Índice FipeZap, em nota.

Índice FipeZap | Variação mensal (setembro) na venda comercial

  • Curitiba (+1,38%);
  • Salvador (+1,18%);
  • Campinas (+0,45%);
  • Brasília (+0,43%);
  • Niterói (+0,36%);
  • Florianópolis (+0,17%);
  • Porto Alegre (+0,16%);
  • São Paulo (+0,12%);
  • Belo Horizonte (–0,07%);
  • Rio de Janeiro (–0,78%).

Índice FipeZap de locação se mantém estável em BH

Em setembro, o valor médio para a locação de imóveis comerciais ficou estável na capital mineira, com taxa de 0,94%, a mesma registrada em agosto. Com isso, o metro quadrado médio tem o preço de R$ 33,85/m², também o mais baixo entre as 10 cidades aferidas pelo estudo. A taxa mais alta está em São Paulo: R$ 58,22/m².

No ano, o Índice FipeZap de locação de BH acumula alta de 4,69%. Alta também na análise dos últimos 12 meses: 7,20%.

Índice FipeZap | Variação mensal (setembro) na locação comercial

  • Florianópolis (+1,51%);
  • Rio de Janeiro (+1,30%);
  • Belo Horizonte (+0,94%);
  • Curitiba (+0,89%);
  • São Paulo (+0,72%);
  • Campinas (+0,30%);
  • Porto Alegre (+0,30%);
  • Salvador (+0,04%);
  • Niterói (–0,09%);
  • Brasília (–0,23%).

Por que índices de locação sobem mais do que de venda

Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, os preços de venda do segmento registraram alta média de 0,93%, enquanto os preços de locação subiram 6,87 em Belo Horizonte. Ou seja, a alta no aluguel é maior do que na venda, situação também vista no cenário nacional. De acordo com a gerente de inteligência de mercado do Grupo OLX, Taiane Martins, a explicação está no fato de que a recuperação da atividade econômica e do emprego nos últimos anos tem favorecido a valorização dos preços, com destaque para a locação.

“Por um lado, a incerteza remanescente de crises anteriores e da pandemia tornou as empresas mais cautelosas quanto ao investimento de longo prazo na compra de imóveis comerciais. Além disso, o custo potencialmente elevado do crédito (juros altos, como a Selic) dificulta ou encarece a aquisição. Do outro lado, a retomada da atividade e do emprego aqueceu serviços e comércio, ampliando a necessidade de ocupação. Diante da cautela com a compra e do custo do crédito, muitas empresas optam pelo aluguel, que oferece menor comprometimento financeiro inicial e maior flexibilidade”, afirmou a especialista.

Segundo ela, essa maior demanda direcionada ao aluguel pressiona mais seus preços em comparação com os imóveis de venda. “Há, ainda, diferenças de elasticidade. O aluguel reage ao curto prazo, refletindo vacância, concessões e ritmo de ocupação; já o preço de venda depende de expectativas de renda futura, percepção de risco e liquidez, todos mais restritivos em ambientes de juros altos. Dessa forma, os preços dos aluguéis ajustam primeiro e com maior intensidade, enquanto a valorização de venda tende a ser mais lenta e seletiva”, encerrou.

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