Economia

Preços acessíveis devem pautar política de vendas de combustíveis no País segundo parecer de relator

Preços acessíveis devem pautar política de vendas de combustíveis no País segundo parecer de relator
Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Rio de Janeiro – O senador Jean Paul Prates (PT-RN), relator do Projeto de Lei 1.472, que visa estabilizar valores de combustíveis no Brasil, incluiu em seu parecer uma determinação para que a política de preços internos de venda por distribuidoras e comercializadores de combustíveis no País se paute, dentre outros princípios, por preços acessíveis.

A medida acendeu um novo alerta vermelho para o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que representa petroleiras e distribuidoras de combustíveis no País, que já havia criticado o projeto anteriormente, por prever a criação de um imposto sobre a exportação de petróleo.

O PL é uma das iniciativas em curso hoje no Congresso que buscam suavizar oscilações bruscas nos preços dos combustíveis no País e os seus efeitos na inflação. Nele, está prevista a criação de uma conta de estabilização dos valores, que teria como uma das fontes de recursos o novo imposto.

A votação do projeto no plenário do Senado, assim como a de outra proposta sob a relatoria de Prates que mira o ICMS incidente sobre combustíveis, estava prevista para a última quarta-feira, mas foi adiada para a próxima semana, após reunião entre o relator e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

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Remuneração – A secretária-executiva de Dowstream do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Valéria Lima, classificou como preocupante a inclusão de novo dispositivo no projeto, que traz definições sobre a política de preços de combustíveis.

“Esse projeto de lei traz conceitos muito perigosos que vão contra tudo o que a gente tem construído no Brasil desde a Lei 9.478 e a abertura do setor do petróleo no Brasil para uma economia competitiva”, disse Lima.

“Em nenhum momento ele (o PL) fala em remuneração dos investimentos”.

O novo dispositivo define ainda que a política de preços de derivados do petróleo e gás deverá também se pautar pela proteção dos interesses do consumidor; redução da vulnerabilidade externa; estímulo à utilização da capacidade instalada das refinarias e à ampliação do parque de refino nacional; modicidade de preços internos; e redução da volatilidade de preços internos.

Para Lima, o projeto não leva em consideração que para os combustíveis estarem disponíveis no País, é necessário que haja logística e interesse das empresas de ofertá-los.

“Sem a remuneração desses investimentos você não tem esses produtos”, disse ela, sinalizando ainda para um risco de desabastecimento.

Conforme o relatório, o dispositivo foi sugerido pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES) “para prever, entre as diretrizes da política de preços interna de venda para agentes distribuidores e empresas comercializadoras de derivados do petróleo produzidos no Brasil e importados, a garantia de preços acessíveis para derivados do petróleo utilizados na cadeia de segurança alimentar de famílias de baixa renda”.

“A emenda aperfeiçoa o Projeto de Lei… estabelecendo diretriz sobre a necessidade de preços acessíveis para o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), de modo que será acatada, com ligeira alteração de modo a alcançar também o Gás Liquefeito derivado de Gás Natural (GLGN), consoante o espírito da emenda”, disse o relatório.

Objetivos – Em texto divulgado à imprensa, Prates destacou que a proposta tem como finalidade reduzir o impacto da volatilidade dos preços de derivados de petróleo e de gás natural para o consumidor final, barateando os preços de combustíveis e do gás de cozinha no País.

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