Economia

Preços avançam 3,06% na capital mineira

Preços avançam 3,06% na capital mineira
Crédito: Filó Alves

Os apartamentos residenciais em Belo Horizonte ficaram 3,06% mais caros no acumulado de 2021, conforme indica o Índice FipeZap, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o portal de vendas Zap Imóveis. Em todo o Brasil, o índice que aponta o aumento nos preços médios de venda de apartamentos chegou a 5,29%, sendo que, no caso da pesquisa, são considerados apenas aqueles imóveis anunciados no portal Zap e Viva Real. 

Segundo o economista do FipeZap, Pedro Tenório, os resultados da capital mineira são reflexos do cenário macroeconômico e da pandemia da Covid-19. Um dos destaques, de acordo com o especialista, foi a diminuição das taxas de juros pelo Banco Central no início da crise sanitária, o que contribuiu com os custos mais atrativos nas taxas de financiamento imobiliário

“O impulso da digitalização, que significa home office e a própria digitalização do setor imobiliário, também fez com que as pessoas refletissem sobre a moradia. Com o financiamento mais barato, você tem um grupo maior de pessoas alimentando o mercado imobiliário, mesmo durante a pandemia. E é natural que a demanda crescente interfira nos preços”, explica o economista. 

A demanda crescente é justamente o que explica o aumento de 3,06% do preço médio de venda de apartamentos na capital mineira em 2021. No entanto, vale lembrar que, apesar da alta, o índice não supera o registrado em 2020, quando a pesquisa FipeZap demonstrou uma escalada de preços de 4,47% em Belo Horizonte. 

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Além disso, vale ressaltar que, diferentemente de algumas capitais nordestinas que tiveram os índices registrados acima da inflação, as capitais Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram índices abaixo da inflação. 

“Existem algumas outras cidades que tiveram um boom muito mais intenso, que são aquelas um pouco menores e cujas áreas nobres têm atrativos de paisagem, de natureza, como é o caso de Maceió e Florianópolis”, conta Pedro Tenório — nos casos de Maceió (AL) e Florianópolis (SC), os preços médios subiram, respectivamente, 18,50% e 15,74% no acumulado de 2021.

Perdas para investidores 

Os resultados registrados em Belo Horizonte foram prejudiciais para os investidores, conforme afirma o especialista Pedro Tenório. Ele lembra, por exemplo, que assim como o preço médio de venda dos imóveis ficou abaixo da inflação na maior parte dos municípios brasileiros e em Belo Horizonte, o aluguel também manteve elevações inferiores à inflação. 

“O ativo dele (do investidor), que é o imóvel, não valorizou suficientemente para cobrir essa inflação e nem a renda do ativo dele, que é o aluguel do imóvel”, complementa o economista, que lembra, ainda, que, em Belo Horizonte, o bairro Sion teve uma valorização de 11%, colocando os imóveis do local a preços de venda acima da inflação. 

Em consideração a essas diferenças de bairro, Pedro Tenório alerta que os investidores devem considerar o cenário macro, mas, acima de tudo, entender o tipo de imóvel, o bairro, e o público-alvo de determinado imóvel.

Ainda segundo o economista Pedro Tenório, é possível que, no início de 2022, ainda haja uma elevação no preço médio dos imóveis e, passado os primeiros meses, uma estabilidade nos índices. 

Betim e Contagem 

O Índice FipeZap considerou também os municípios de Betim e Contagem, onde foram registrados, respectivamente, aumentos nos preços médios de 4,60% e 10,68%. 

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