Preços de combustíveis diminuem em outubro e podem cair ainda mais este ano
Os preços dos combustíveis em Minas caíram em outubro, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). No mês passado, a gasolina comum e aditivada, o etanol e o diesel registraram queda no preço médio tanto em Belo Horizonte quanto em Minas Gerais. Os recuos variaram de 0,01% a 2,79%.
O preço do etanol hidratado nos postos de Belo Horizonte fechou a última semana de outubro (26/out a 1/11) em R$ 4,17 o litro, 2,79% a menos que os R$ 4,29 praticados na primeira semana do mês (28/9 a 4/10). Em Minas Gerais, a redução foi um pouco menor, 1,65%, passando de R$ 4,23 para R$ 4,16 o preço médio do litro. No entanto, o preço do etanol no Estado continua sendo um dos mais baixos do País. Na última semana, apenas nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo o litro do etanol foi negociado a preços mais baixos, R$ 3,91 e R$ 4,11, respectivamente.
De acordo com a economista do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Diana Chaib, o alívio registrado em Minas foi pequeno e localizado. Segundo ela, a queda pode ser explicada pelo reajuste da Petrobras nas refinarias e pela sazonalidade do etanol, mas não por mudanças tributárias.
“É um alívio conjuntural, mas ainda frágil. Maiores variações dependerão do câmbio, do petróleo e do comportamento competitivo das distribuidoras”, avalia.
De acordo com a economista, para um “alívio consistente ao consumidor”, seria necessária uma redução na volatilidade (política de preços transparente), ampliação da concorrência no abastecimento e aceleração da transição para uma matriz de mobilidade menos refém do petróleo.
O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Silva, também atribui a queda ao período de safra da cana-de-açúcar. “É uma queda já precificada no mercado e está associada ao período de safra na região Sudeste. Aumentando o volume ofertado, a tendência é de queda no preço”, afirma.
No entanto, ele ressalta que o preço tem caído mais em Minas Gerais que no Brasil. “No ano passado tivemos intempéries climáticas em São Paulo, que afetaram grande parte da produção de cana-de-açúcar. Consequentemente, há um volume de plantação e uma oferta menores ainda neste ano. Ainda assim, em há uma oferta maior que no restante do Brasil em Minas Gerais, reduzindo o preço ainda no Estado”, explica.
De acordo com o economista do BDMG, como Minas produz mais que o restante do País e conta com produção adicional para ser colocada no mercado ainda este ano, a expectativa é de mais redução nos preços nas próximas semanas. “Especialmente, porque tivemos também um anúncio da Petrobras de redução na gasolina, em função da redução do preço do barril de petróleo internacional, o que pode mudar a relação de preferência do consumidor”, sugere.
Gasolina comum cai a R$ 5,89 e diesel a R$ 5,91
O levantamento da ANP também mostra que os preços médios da gasolina comum e aditivada terminaram a última semana custando R$ 5,89/l e R$ 6,17/l, respectivamente, na capital mineira. Os valores são 2,21% e 1,43% mais baixos do que os do mês anterior, quando custavam R$ 5,99 e R$ 6,26. Silva comenta que reduções também deverão ser observadas nestes preços nas próximas semanas, em função da redução do preço do barril do petróleo.
Já o diesel variou menos. Apesar dos valores praticados no início de outubro terem sido mais altos que os do fim do mês, houve queda de 0,66% na capital mineira e de 0,01% no Estado – ou seja, estabilidade. A pouca variação pode ser explicada pela manutenção dos preços pela Petrobras. No dia 20 de outubro, quando foi anunciada a redução do preço da gasolina, a estatal manteve os preços de venda do diesel para as companhias distribuidoras, não alterando significativamente, portanto, os preços nas bombas.
Enquanto no fim de setembro o litro do diesel S10 era negociado a R$ 5,92/l no Estado, no fim de outubro foi para R$ 5,91/l. Já em Belo Horizonte, a queda foi maior: 0,66%, caindo de R$ 5,98 para R$ 5,94 o preço do litro.
“Permanecendo as condições geopolíticas atuais, devemos esperar, entre o fim deste ano e o início do ano que vem, um novo recuo nos preços pela Petrobras na gasolina e, dessa vez, também no diesel. Essa redução poderá puxar os preços do diesel na bomba para baixo”, finaliza Silva.
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